A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (13) a Operação Face Off, com o objetivo de desarticular uma associação criminosa especializada em fraudes digitais envolvendo a plataforma Gov.br, utilizada para acesso a serviços públicos federais. A ofensiva cumpre cinco mandados de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal de Brasília.
As diligências estão sendo realizadas simultaneamente em nove estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Tocantins.
Segundo as investigações, o grupo criminoso atuava de forma estruturada para invadir contas digitais de usuários cadastrados na plataforma Gov.br, utilizando técnicas sofisticadas de engenharia social e exploração de vulnerabilidades. Com o acesso indevido, os criminosos teriam se apropriado de dados pessoais e utilizado os perfis das vítimas para obtenção indevida de benefícios, além de possíveis fraudes contra a administração pública.
De acordo com a Polícia Federal, os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático qualificado (Art. 154-A, § 3º do Código Penal) e associação criminosa (Art. 288 do Código Penal). As penas previstas somadas podem ultrapassar oito anos de reclusão, além de multa.
A operação é resultado de meses de trabalho conjunto entre a Polícia Federal, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, e o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), responsável pela infraestrutura tecnológica da plataforma Gov.br. As autoridades ainda avaliam o alcance dos prejuízos causados pelo grupo e não descartam novas fases da operação.
A Polícia Federal informou que as investigações continuam em sigilo e que outras pessoas podem ser identificadas e responsabilizadas no decorrer dos próximos dias.