O bullying, caracterizado como qualquer ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, que busca intimidar ou agredir, tem impactos diretos no desempenho escolar. Esse comportamento, que envolve desequilíbrio de poder entre agressor e vítima, causando dor e angústia, foi alvo de análise pelo Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss), revelando consequências preocupantes para os estudantes brasileiros.
De acordo com os dados do Timss, alunos que enfrentam bullying frequente apresentam desempenho significativamente inferior em matemática e ciências em comparação aos colegas que não vivenciam essas situações. A pesquisa, realizada em mais de 60 países, mede o desempenho de estudantes do quarto e do oitavo ano do ensino fundamental, e o Brasil é um dos países participantes.
Dados alarmantes
Os resultados indicam que o impacto do bullying no Brasil é expressivo. Alunos que relataram sofrer bullying frequentemente tiveram, em média, uma queda de 30 a 40 pontos nas avaliações de matemática e ciências, em comparação com aqueles que disseram não ser vítimas. Essa diferença equivale a aproximadamente um ano letivo de aprendizagem perdida.
Os especialistas apontam que o ambiente escolar, quando hostil, gera sentimentos de ansiedade e baixa autoestima nos estudantes, fatores que interferem diretamente na capacidade de aprendizado e na concentração em sala de aula. O bullying cria uma barreira emocional para a aprendizagem. Os alunos deixam de se sentir seguros e confiantes, o que afeta diretamente seu desempenho acadêmico.
O papel das escolas e da sociedade
Para combater esse problema, especialistas destacam a importância de políticas escolares que promovam a convivência saudável e previnam o bullying. Programas de conscientização, treinamento de professores para identificar sinais de violência e criação de espaços seguros de diálogo são fundamentais.
Consequências a longo prazo
Os efeitos do bullying vão além do desempenho acadêmico. Pesquisas indicam que jovens que sofrem bullying estão mais propensos a desenvolver problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, e podem carregar esses impactos para a vida adulta.
Em um contexto global onde a educação é chave para o desenvolvimento pessoal e social, os resultados do Timss reforçam a urgência de combater o bullying. Além de proteger o direito dos alunos a um ambiente de aprendizado seguro, é essencial promover condições que permitam seu pleno desenvolvimento acadêmico e emocional.
Como denunciar
As escolas e famílias devem estar atentas aos sinais de bullying, incentivando o diálogo com as crianças e adolescentes. Denúncias podem ser feitas de forma anônima por meio do Disque 100, um canal disponibilizado pelo Ministério dos Direitos Humanos para reportar violências contra crianças e adolescentes. A colaboração de toda a sociedade é fundamental para erradicar o bullying e garantir que cada aluno tenha a oportunidade de aprender e crescer em um ambiente respeitoso.