A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que sete pessoas foram internadas no Hospital Geral Santa Tereza, no município de Ribeira do Pombal, com suspeita de intoxicação após ingestão acidental de metanol. O caso mobilizou uma força-tarefa envolvendo órgãos estaduais e municipais de saúde, além das forças de segurança pública, para apuração das circunstâncias do ocorrido.
De acordo com a Sesab, a investigação foi iniciada com a participação do Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), do Centro de Informações Toxicológicas da Bahia (Ceatox-BA), das vigilâncias sanitárias estadual e municipal, da Polícia Civil e do Departamento de Polícia Técnica (DPT). As equipes atuam de forma integrada para identificar a origem da substância e as possíveis vias de exposição.
Em nota oficial, a secretaria informou que os sete pacientes seguem acolhidos na unidade hospitalar, em observação clínica contínua e recebendo assistência médica adequada. “Os protocolos assistenciais foram acionados”, destacou a pasta. Até o momento, não foram divulgadas informações detalhadas sobre o estado de saúde dos internados. Segundo a secretária estadual da Saúde, exames laboratoriais serão realizados e, caso haja indicação clínica, será administrado antídoto específico para intoxicação por metanol.
O episódio ocorre em um contexto nacional de alerta para casos de envenenamento por metanol. Até o momento, foram confirmados 22 óbitos no país em decorrência desse tipo de intoxicação: dez em São Paulo, três no Paraná, cinco em Pernambuco, um na Bahia e três em Mato Grosso. Além disso, outros nove óbitos ainda estavam sob investigação no início do mês, sendo cinco em São Paulo, três em Pernambuco e um em Alagoas.
Os dados apontam São Paulo como o estado mais afetado, com 578 casos notificados e 50 confirmações. Em seguida aparecem Pernambuco, com 109 notificações e oito casos confirmados; Paraná e Mato Grosso, com seis confirmações cada; Bahia, com dois casos confirmados; e Rio Grande do Sul, com um caso.
No último dia 8, o Ministério da Saúde anunciou o encerramento da sala de situação criada em outubro para monitorar os casos de intoxicação por metanol em todo o país. A decisão foi oficializada por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União. Segundo a pasta, o último caso confirmado foi registrado em 26 de novembro de 2025, referente a um paciente que apresentou os primeiros sintomas no dia 23 do mesmo mês.
“Com a redução expressiva de novos casos e óbitos, o ministério considera que um cenário de estabilidade epidemiológica está consolidado”, informou o Ministério da Saúde em comunicado. A pasta ressaltou ainda que todos os estados brasileiros contam atualmente com estoque garantido de antídotos e maior capacidade para realização de diagnósticos laboratoriais.
Com o encerramento da sala de situação, a assistência e o acompanhamento dos casos passam a seguir o fluxo rotineiro da vigilância de intoxicações exógenas, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). A estrutura emergencial havia sido instalada em 1º de outubro, poucos dias após a identificação dos primeiros casos no país.
Durante o período de funcionamento, a sala de situação reuniu representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), além dos ministérios da Agricultura e Pecuária e da Justiça e Segurança Pública, responsáveis por ações de controle, fiscalização e investigação.
As autoridades de saúde reforçam o alerta à população sobre os riscos do consumo de substâncias de origem desconhecida e destacam a importância de procurar atendimento médico imediato diante de sintomas como náuseas, vômitos, tontura, dor abdominal, alterações visuais ou dificuldade respiratória, que podem estar associados à intoxicação por metanol.





