O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, recebeu o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), localizado na Cidade Nova. O encontro teve como foco a apresentação de dados e resultados da Operação Contenção, realizada na semana passada nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em 121 mortes, o maior número de vítimas fatais em uma incursão policial na história do estado.
Durante a visita, o ministro Alexandre de Moraes conheceu a Sala de Inteligência e Controle do CICC, onde estão instalados sistemas de reconhecimento facial e de câmeras operacionais portáteis utilizadas pela Polícia Militar, permitindo o acompanhamento em tempo real das ações em todo o território fluminense. O CICC é considerado o principal centro de integração das forças de segurança do estado, reunindo representantes das polícias, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Detran, além de órgãos federais e municipais.
A visita do ministro Alexandre de Moraes ao Rio teve como objetivo colher informações sobre a operação, uma vez que ele é o relator temporário da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como ADPF das Favelas. Essa ação judicial estabelece diretrizes para reduzir a letalidade policial no estado, incluindo medidas como o uso proporcional da força, a obrigatoriedade de câmeras em viaturas e a criação de um plano de reocupação de territórios dominados pelo crime organizado.
Segundo o governo estadual, um relatório sobre o cumprimento das determinações da ADPF será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. Após a reunião, Alexandre de Moraes não concedeu entrevistas à imprensa.
Já o governador Cláudio Castro afirmou que o encontro foi “transparente e produtivo”, destacando que apresentou ao ministro detalhes sobre o projeto de retomada de territórios, atualmente em fase de estruturação pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
“Demos ao ministro total possibilidade de tirar todas as dúvidas sobre a política de segurança do Rio de Janeiro e os desafios no combate ao crime”, declarou Castro.
A Operação Contenção, segundo o governo, teve como principal objetivo impedir a expansão territorial da facção Comando Vermelho e retomar o controle de áreas dominadas pelo tráfico. No entanto, a ação provocou forte reação de entidades de direitos humanos e de setores do Judiciário, que cobram explicações sobre o elevado número de mortos e o cumprimento das regras estabelecidas pela ADPF 635.
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