O renomado advogado Sergio Bermudes faleceu aos 79 anos, em decorrência de sepse respiratória, após um longo período de internação. Bermudes enfrentava complicações de saúde decorrentes da covid-19.
Entre os casos mais emblemáticos de sua carreira está o processo movido por Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, que resultou no reconhecimento judicial de que o profissional foi assassinado sob custódia militar, uma decisão histórica para a Justiça brasileira é um marco na defesa dos direitos humanos.
Natural de Cachoeiro de Itapemirim (ES), Sergio Bermudes nasceu em 2 de outubro de 1946. Formou-se em Direito pela Universidade do Estado da Guanabara, em 1969, e obteve doutorado em História do Processo Romano, Canônico e Lusitano pela Universidade de São Paulo (USP).
Reconhecido como um dos nomes mais influentes da advocacia nacional, Bermudes construiu uma trajetória marcada pela excelência técnica, pelo magistério e pela defesa de causas democráticas. Em 1969, fundou o Bermudes Advogados, escritório que se tornou referência em contencioso e arbitragem, com sedes no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte.
No campo acadêmico, foi professor de Direito Processual Civil na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) desde 1978, formando gerações de juristas e contribuindo para o desenvolvimento da doutrina processual brasileira.
O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) manifestou profundo pesar pela perda do jurista, que integrou a entidade por quase quatro décadas. Em 2023, durante as comemorações dos 180 anos do IAB, Bermudes foi agraciado com a Medalha Teixeira de Freitas, a mais alta honraria concedida pelo instituto.
Sua partida representa uma grande perda para o Direito brasileiro, deixando um legado de ética, erudição e compromisso com a Justiça.





