Um levantamento da AP Exata revela uma tendência de mudança no posicionamento político dos jovens brasileiros à medida que envelhecem. Intitulado “O que pensam os jovens brasileiros”, o estudo analisou cerca de 500 mil publicações feitas por pessoas entre 16 e 30 anos em redes sociais, entre 30 de abril de 2024 e 20 de abril de 2025.
O monitoramento foi realizado por meio da Plataforma Hórus, que avalia comportamentos digitais com base em interações públicas. O foco do levantamento foi identificar a inclinação política dos jovens entre esquerda, centro, direita, além dos que se declaram céticos ou apáticos.
Os dados mostram que o engajamento com a esquerda é mais expressivo entre os mais jovens. Entre os adolescentes de 16 a 18 anos, 44,5% demonstram afinidade com ideais progressistas. A adesão cai para 33,7% entre os que têm de 19 a 24 anos e atinge 18,9% entre os que estão na faixa dos 25 a 30 anos.
Já a direita mostra um crescimento entre os jovens adultos. Começa com 11,2% entre os mais novos, sobe para 21,8% na faixa intermediária e se estabiliza em 17,6% entre os mais velhos do grupo pesquisado.
O centro político, por sua vez, apresenta movimento contrário. É a opção de apenas 5,3% dos adolescentes, mas ganha força com o passar dos anos e lidera entre os jovens de 25 a 30 anos, com 27,4% de adesão.
A pesquisa também identificou um número significativo de jovens que não se enquadram em nenhum espectro político tradicional. Esses demonstram ceticismo ou apatia em relação à política institucional.
De acordo com a AP Exata, os resultados sugerem que a maturidade, o ingresso no mercado de trabalho e a convivência com responsabilidades financeiras e sociais podem influenciar diretamente na revisão de posicionamentos políticos entre os brasileiros mais jovens.