A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que segue até o dia 21 de novembro de 2025, em Belém do Pará, não está trazendo apenas debates decisivos sobre o futuro climático do planeta. O evento também se tornou uma vitrine internacional para a agricultura familiar da Bahia, que marca presença no cardápio servido a autoridades, lideranças mundiais, pesquisadores e representantes de mais de 190 países.
Com produtos selecionados por sua qualidade, rastreabilidade e compromisso com práticas agroecológicas, diversas cooperativas baianas foram incluídas na curadoria gastronômica da conferência. A escolha reforça o papel da agricultura familiar como protagonista na produção de alimentos sustentáveis e como parte essencial das discussões sobre preservação ambiental, segurança alimentar e desenvolvimento social.
Sabores da Caatinga encantam delegações internacionais
Entre os destaques está a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), localizada no Sertão do São Francisco e reconhecida nacional e internacionalmente pelo uso de frutas nativas da Caatinga. Delegações têm provado geleias e doces de umbu e maracujá-da-caatinga, doces em massa e de corte, além de uma cerveja artesanal produzida a partir do umbu, fruta símbolo da região. Kits temáticos, que reúnem diferentes produtos regionais, também estão entre os itens mais procurados pelos participantes da conferência em busca de experiências gastronômicas inéditas.
Diversidade de cooperativas representa a força do interior baiano
O estande da Bahia na COP30 ainda reúne uma variedade de cooperativas que mostram a riqueza produtiva do estado:
- Coopaita : especializada em frutas desidratadas e liofilizadas, que preservam sabor e nutrientes;
- Cooperparaiso : fornecedora de sucos de uva naturais, livres de conservantes;
- Natucoa e Bahia Cacau : reconhecidas por chocolates finos de origem, produzidos a partir do cacau sul-baiano;
- Coomafes : representante dos chips de banana, produto que alia praticidade e sabor;
- Coopersabor : difundindo a cultura do licuri, com balas, biscoitos, óleos e até cervejas especiais;
- Cooperlad : parceira na oferta de doces e geleias de cajá, fruta típica do Nordeste;
- Abaíra: que leva para Belém suas premiadas cachaças artesanais, já reconhecidas em competições internacionais.
Cada cooperativa carrega consigo não apenas produtos, mas a identidade cultural de suas comunidades, a preservação de saberes tradicionais e a comprovação de que é possível aliar produção rural à sustentabilidade.
FrigBahia e o compromisso com o bem-estar animal
Outro destaque importante é a FrigBahia, empreendimento formado por sete cooperativas de agricultores e agricultoras familiares. Desde a sua fundação, a empresa segue critérios rigorosos de manejo sanitário, bem-estar animal e rastreabilidade da cadeia produtiva, garantindo alimentos de qualidade e alta confiabilidade. A presença da FrigBahia na COP30 evidencia o avanço da agricultura familiar organizada e sua capacidade de atender padrões internacionais.
Copirecê envia mais de 1,8 tonelada de produtos não transgênicos
A Cooperativa Agropecuária Mista Regional de Irecê (Copirecê) também tem participação expressiva no evento. Ao todo, foram enviados para Belém 500 kg de macarrão e 1.350 kg de flocão de milho não transgênico, utilizados no preparo das refeições servidas durante a COP30 e disponibilizados para venda ao público.
Famílias que alimentam a Bahia e o Brasil
A Bahia abriga mais de 665 mil propriedades familiares, o que corresponde a mais de 80% de todos os estabelecimentos rurais do estado. Essas famílias desempenham papel essencial na manutenção das economias regionais, na geração de renda, na preservação da biodiversidade e na produção de alimentos que chegam diariamente às mesas dos brasileiros.
A presença expressiva da agricultura familiar baiana na COP30 não apenas evidencia a capacidade produtiva do estado, como também reafirma seu alinhamento com políticas de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. Em um evento guiado pela urgência climática, levar ao mundo alimentos que nascem da Caatinga, da Chapada Diamantina, do Oeste baiano e de tantas outras regiões é uma forma de mostrar que desenvolvimento sustentável é, acima de tudo, resultado da união entre tradição, inovação e responsabilidade social.
Com sabores marcantes, histórias profundas e compromisso com o futuro, a Bahia transforma a COP30 em uma oportunidade única de mostrar ao planeta a força e o valor da agricultura familiar brasileira.
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