Pesquisadores do Centro Tecnológico Agropecuário da Bahia (Cetab), vinculado à Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), participaram de um estudo nacional inédito que investiga as propriedades físico-químicas e aromáticas do hidromel produzido em diferentes regiões do Brasil. O trabalho, que resultou em um artigo publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciências, busca contribuir para a definição de padrões de qualidade capazes de fortalecer a produção e o comércio dessa bebida milenar, obtida a partir da fermentação do mel.
Apesar de ser considerada mais antiga que o vinho e a cerveja, o hidromel ainda é pouco explorado no Brasil, onde a maior parte da produção ocorre de forma artesanal. Segundo dados da consultoria Fortune Business Insights, o mercado global de hidromel deve crescer a uma taxa anual de 18,71%, passando de US$ 432,4 milhões em 2020 para US$ 1,6 bilhão em 2028, impulsionado pela valorização de bebidas artesanais e sustentáveis.
Os pesquisadores Paulo Mesquita e Manuela Barreto, do Cetab, destacam que o estudo envolveu amostras produzidas na Bahia especialmente nas regiões da Chapada Diamantina e do Recôncavo e em São Paulo. As análises levaram em conta variáveis como tempo de fermentação, nível de acidez (pH), resíduos minerais e compostos aromáticos responsáveis pelo sabor e aroma característicos da bebida.
Além de seu potencial econômico, o hidromel também desperta interesse na área da saúde e nutrição. Pesquisas apontam que o consumo moderado pode auxiliar na prevenção de doenças como diabetes, câncer, inflamações, infecções respiratórias e distúrbios gastrointestinais, graças à presença de ácidos orgânicos, compostos fenólicos e peptídeos bioativos naturalmente encontrados no mel.
Para os especialistas, o estudo representa um avanço importante na valorização da produção nacional e pode servir de base para novos empreendimentos rurais e indústrias artesanais, especialmente na Bahia.
“O hidromel é uma bebida com grande potencial para o mercado brasileiro. Ao compreender suas propriedades, conseguimos propor padrões que garantam qualidade, identidade regional e segurança ao consumidor”, afirmou Paulo Mesquita.
Com a crescente busca por produtos naturais e experiências gastronômicas diferenciadas, o hidromel brasileiro desponta como uma nova fronteira de inovação e sustentabilidade na agroindústria nacional.
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