O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta sexta-feira (25) que o governo brasileiro não adotará medidas contra a propriedade intelectual como forma de retaliação às tarifas anunciadas pelos Estados Unidos. A declaração foi feita durante evento na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em meio à crescente tensão comercial entre os dois países.
Padilha enfatizou que o Brasil deve manter o compromisso com a legalidade e a racionalidade, mesmo diante do que classificou como “anúncios irracionais” do presidente americano Donald Trump. O governo dos Estados Unidos anunciou recentemente a imposição de tarifas de 50% sobre uma série de produtos brasileiros, medida que foi duramente criticada por diversos setores da economia nacional.
“Nós não vamos reagir com irresponsabilidade. Não vamos utilizar instrumentos como a quebra de patentes ou medidas contra a propriedade intelectual. O Brasil vai continuar defendendo o diálogo, a negociação e o respeito às normas internacionais”, declarou o ministro.
A fala de Padilha ocorre num momento em que crescem pressões internas por respostas mais firmes por parte do governo brasileiro. Setores da indústria e da agricultura, diretamente atingidos pelas novas tarifas, cobraram ações contundentes contra os Estados Unidos. No entanto, Padilha reforçou que medidas retaliatórias devem seguir os marcos legais e buscar preservar os interesses estratégicos do país.
O posicionamento do ministro é visto como uma tentativa de reforçar a imagem do Brasil como um país comprometido com a estabilidade jurídica e o respeito a tratados internacionais, especialmente em temas sensíveis como a propriedade intelectual, que envolvem medicamentos, biotecnologia e inovação industrial.
A declaração também serviu para acalmar representantes da indústria presentes no evento da Fiesp, preocupados com possíveis impactos sobre setores que dependem de parcerias internacionais e investimentos em pesquisa.
Enquanto isso, o governo brasileiro continua buscando canais diplomáticos para reverter ou ao menos mitigar os efeitos das tarifas impostas pelos EUA. Negociações setoriais em áreas como suco de laranja, café e aeronaves já estão em discussão.