O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Edinaldo Rodrigues, anunciou a desistência do recurso apresentado ao Supremo Tribunal Federal com o qual buscava reverter a decisão que determinou seu afastamento do comando da entidade máxima do futebol nacional.
A decisão de Edinaldo Rodrigues ocorre uma semana após o desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro , determinar o seu afastamento e nomear Fernando Sarney, atual vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, como interventor da instituição.
Em manifestação oficial encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, Edinaldo Rodrigues defendeu sua atuação à frente da confederação e afirmou que abre mão do recurso “em nome da estabilidade e do futuro do futebol brasileiro”. “Tomo esta decisão movido pelo profundo desejo de restaurar a paz no futebol nacional e permitir que a entidade encontre o caminho da reconstrução institucional”, declarou o dirigente.
A crise na cúpula da Confederação Brasileira de Futebol se intensificou nos últimos meses com disputas internas, alegações de irregularidades e pressões políticas vindas de diferentes setores do esporte. Edinaldo Rodrigues, que assumiu o comando da confederação em 2021, era visto por aliados como um nome reformista, mas enfrentava resistência crescente entre dirigentes e conselheiros regionais.
A nomeação de Fernando Sarney, filho do ex-presidente José Sarney e figura influente nos bastidores da Confederação Brasileira de Futebol , sinaliza uma tentativa de acomodação política dentro da entidade, ao menos até que novas eleições sejam convocadas.
A Confederação Brasileira de Futebol ainda não se pronunciou oficialmente sobre os próximos passos institucionais após a decisão de Edinaldo. No entanto, fontes ligadas à entidade afirmam que o nome de Sarney deve ser mantido à frente da gestão de forma provisória até que o Conselho da Confederação Brasileira de Futebol defina os rumos administrativos.
A expectativa agora recai sobre o posicionamento da FIFA e da Conmebol, que tradicionalmente acompanham de perto as mudanças na governança da Confederação Brasileira de Futebol , sobretudo diante do risco de interferência externa, algo vetado pelas diretrizes internacionais do futebol.
A crise institucional na confederação ocorre em um momento estratégico, com a Seleção Brasileira se preparando para a Copa América 2025 e em meio às negociações para a candidatura conjunta ao Mundial de 2034.