Apesar do aumento de casos de sarampo em diversos países das Américas, o Brasil ainda mantém o certificado de país livre da circulação endêmica da doença. O alerta acendeu nos últimos meses, mas, até agora, apenas três casos foram confirmados no território nacional, o que não compromete o reconhecimento internacional concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde em 2024.
Os casos registrados são considerados esporádicos: dois ocorreram no Rio de Janeiro, em bebês gêmeos que ainda não tinham atingido a idade mínima para a vacinação, e o terceiro no Distrito Federal, em uma mulher adulta com histórico de viagem recente ao exterior, o que sugere contaminação fora do país.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil contabilizou 110 notificações de casos suspeitos até 12 de março deste ano. Desses, 85 foram descartados após investigação clínica, laboratorial e epidemiológica, e 22 seguem sob análise.
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, transmitida por via aérea, e de evolução potencialmente grave, especialmente em crianças pequenas. Por isso, sua notificação é compulsória, ou seja, todos os casos suspeitos devem ser imediatamente comunicados às autoridades sanitárias.
Quando um caso é confirmado, o protocolo do Ministério da Saúde é rigoroso. Ele inclui a identificação e o monitoramento das pessoas que tiveram contato com o doente, além da chamada ação de bloqueio vacinal: uma mobilização para reforçar a imunização nos locais por onde o infectado circulou, como escolas, creches e ambientes de trabalho.
O Ministério reforça que a vacinação é a principal medida de prevenção. A primeira dose da vacina tríplice viral que protege contra sarampo, caxumba e rubéola deve ser aplicada aos 12 meses de idade, com reforço aos 15 meses. Para adultos não vacinados, a recomendação é buscar orientação nas unidades de saúde. Em cenários de risco, o reforço pode ser indicado mesmo para quem já tomou as doses previstas no calendário.
Especialistas destacam que a vigilância contínua e a alta cobertura vacinal são essenciais para evitar surtos e garantir a manutenção do status de país livre da doença.
A situação está sob controle, mas é fundamental que a população mantenha a carteira de vacinação em dia. A complacência é o maior inimigo da prevenção .O Brasil já enfrentou surtos recentes de sarampo entre 2018 e 2020, com mais de 20 mil casos confirmados no período. A retomada do certificado de eliminação da doença em 2024 foi considerada uma vitória do sistema público de saúde, mas exige vigilância permanente.
Vacinar é proteger a todos. O combate ao sarampo, segundo as autoridades, é uma responsabilidade coletiva e um dever que começa com a atualização do cartão de vacinas.