Na sessão quarta-feira (19) da Câmara Municipal, a vereadora Dra. Lara Fernandes utilizou a tribuna para fazer um alerta preocupante: a falta de medicamentos essenciais para o tratamento da tuberculose e outras doenças infecciosas no município. A denúncia ocorreu às vésperas do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, celebrado em 24 de março, data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em homenagem aos 100 anos da descoberta do bacilo causador da doença pelo médico Robert Koch.
A parlamentar, que também é médica, relatou que, durante uma visita ao serviço especializado de tuberculose da cidade, recebeu a informação de que medicamentos fundamentais como isoniazida e rifamicina estão em falta. Ambos são fornecidos pelo Ministério da Saúde e são essenciais para o tratamento da tuberculose, uma doença que, apesar de antiga, ainda representa um grande desafio de saúde pública no Brasil.
“Estamos passando pelo desabastecimento desses medicamentos, que são vitais para os pacientes em tratamento. Para minha surpresa, não é só a tuberculose que sofre com essa escassez. Outros componentes estratégicos para o tratamento de doenças graves, como leishmaniose, toxoplasmose, também estão em falta”, declarou a vereadora Dra. Lara Fernandes.
Impacto da falta de medicamentos em pacientes vulneráveis
Além da tuberculose, a parlamentar destacou a ausência de penicilina oral, um antibiótico utilizado para tratar infecções em crianças. Como alternativa, os pequenos pacientes estão sendo submetidos a injeções de Benzetacil, conhecidas por causarem dor intensa.
“Quem já tomou Benzetacil sabe o quanto é doloroso. Agora imaginem crianças tendo que tomar essa injeção todos os meses, durante cinco anos de vida. Isso é desumano”, denunciou a vereadora Dra. Lara Fernandes.
Outra preocupação levantada foi o desabastecimento de medicamentos antirretrovirais, essenciais para o tratamento de pacientes com HIV. De acordo com a vereadora, os remédios, que deveriam ser entregues a cada três meses, estão sendo fracionados por conta da irregularidade no fornecimento.
“Em vez de receber a medicação para três meses, os pacientes estão tendo que buscar seus remédios semanalmente ou quinzenalmente, gerando insegurança e dificultando a adesão ao tratamento”, pontuou a vereadora Dra. Lara Fernandes.
Crítica ao governo federal e pedido de providências
A vereadora Dra. Lara Fernandes expressou indignação com a situação e cobrou uma resposta do governo federal. Segundo ela, a gestão atual prega o fortalecimento da prevenção e do tratamento precoce, mas, na prática, tem deixado os municípios desabastecidos de insumos estratégicos.
“Como médica e representante da população, não posso me calar diante dessa negligência. O tratamento de doenças infecciosas não pode ser tratado com descaso. É preciso que o governo federal tome providências urgentes para garantir que os pacientes não fiquem desamparados”, enfatizou.
A denúncia da vereadora Dra. Lara Fernandes acende um alerta para a necessidade de uma resposta rápida das autoridades de saúde, garantindo a continuidade dos tratamentos e evitando um retrocesso no combate a doenças que poderiam estar controladas se houvesse um fornecimento adequado de medicamentos.