Pacientes que dependem da Diretoria Regional de Saúde (DIRES) de Vitória da Conquista para obter medicamentos essenciais enfrentam uma crise preocupante. A unidade tem registrado falta de insumos fundamentais, como a insulina antipsicótico , quetiapina, essencial para o tratamento psiquiátrico, que também não está disponível há meses , o que tem gerado indignação e sofrimento entre os usuários do sistema público de saúde.
Desabastecimento de Medicamentos e Longa Espera
A falta de insulina, essencial para o controle do diabetes, já se prolonga por mais de quatro meses, segundo relatos de pacientes. Além disso, medicamentos psiquiátricos, como a quetiapina, indispensável para o tratamento de transtornos mentais, também estão em falta. A situação tem impactado diretamente a vida de pessoas que dependem dessas medicações para manter a saúde e a estabilidade clínica.
Além do desabastecimento, a dificuldade no agendamento para retirada de medicamentos tem sido um desafio adicional. De acordo com informações da secretaria de administração da DIRES, a unidade recebe medicamentos conforme o fornecimento feito pela SESAB. No entanto, quando há atrasos na entrega, os pacientes ficam sem uma previsão clara de reposição.
“A gente recebe da SESAB e, às vezes, esse medicamento está em falta e eles não conseguem fazer o envio para a gente. Quando isso acontece, repassamos essa informação para os farmacêuticos, que comunicam aos pacientes”, afirmou a secretária administrativa.
A alta demanda na farmácia da unidade também tem dificultado o atendimento. São disponibilizadas apenas 20 senhas diárias para a assistência social – 10 pela manhã e 10 à tarde –, o que não supre a necessidade de todos os pacientes. “O fluxo de pacientes é muito grande, e o espaço físico da farmácia é pequeno. Às vezes, quando chegam duas pessoas pela manhã, já lotam o ambiente”, relatou a secretária administrativa.
Como consequência, muitos pacientes acabam sendo dispensados sem atendimento, pois o portão da farmácia precisa ser fechado mais cedo devido à limitação da equipe. Além disso, o rígido sistema de agendamento para retirada de medicamentos tem gerado dificuldades para os usuários. “Se um paciente está agendado para o dia 3, mas não pode comparecer e vem no dia 12, ele disputa vaga com outro paciente agendado para esse dia, o que gera um grande problema na organização”, explicou a secretária administrativa.
Falta de Previsão para Normalização
Diante da crise, muitos pacientes questionam quando a situação será normalizada. No entanto, a falta de comunicação clara e previsões concretas sobre a reposição dos medicamentos aumenta a incerteza. “Para falar sobre a previsão de entrega, só os farmacêuticos e coordenadores da farmácia poderiam responder. Mas, quando não há previsão, infelizmente, os pacientes precisam aguardar”, completou a secretária administrativa.
A falta de insumos e a precariedade no atendimento na DIRES de Vitória da Conquista reforçam um problema recorrente no sistema público de saúde: a insuficiência de estrutura e planejamento para atender às demandas da população. Enquanto isso, pacientes que dependem dos medicamentos seguem enfrentando riscos à saúde e incertezas sobre seus tratamentos.
O Que Dizem as Autoridades?
Até o momento, não houve um posicionamento oficial detalhado da Secretaria de Saúde do estado sobre quando será regularizado o fornecimento dos medicamentos em falta. A situação reforça a necessidade urgente de melhorias na gestão da distribuição de remédios, para evitar que mais pacientes fiquem desassistidos.
O Portal Notícias Bahia seguirá acompanhando a situação e cobrando respostas das autoridades responsáveis.