Com a chegada do Carnaval, a delegada e pesquisadora em violência contra a mulher, Dra. Gabriela Garrido, fez um alerta importante sobre a diferença entre paquera e importunação sexual. Segundo a delegada, é essencial que todos compreendam os limites do respeito e da liberdade individual durante as festividades.
“Já é Carnaval, e eu sempre ouço as pessoas falando: ‘Ah, mas a gente não pode mais paquerar, não pode mais brincar’. Vou deixar claro, sem margem para dúvidas”, afirmou Dra. Gabriela. Ela destacou que a paquera acontece quando há olhares trocados, interesse mútuo e a possibilidade de recusa sem insistência. Já a importunação sexual ocorre quando o contato acontece sem permissão, desconsiderando o desconforto da outra pessoa.
Paquera x Importunação Sexual: Entenda a Diferença
A delegada esclareceu que paquerar envolve uma abordagem respeitosa, sem conotação ofensiva e respeitando o espaço pessoal. “Se a pessoa recusa, tudo bem, para ali”, enfatizou. Já na importunação sexual, há insistência, mesmo após um “não” claro, além de comentários inapropriados sobre o corpo, puxões, beijos forçados e toques sem consentimento.
A Dra. Gabriela destacou que muitas situações, frequentemente normalizadas no Carnaval, são, na verdade, crimes: “O que costumam chamar de assédio sexual no Carnaval é, na verdade, um crime de importunação sexual, com pena prevista de até 5 anos de prisão.”
O alerta da delegada reforça a importância do respeito no ambiente festivo. “Paquera é algo leve, natural, que pode levar a uma conversa agradável e, quem sabe, a um beijo consentido. Já a importunação sexual causa desconforto, constrangimento e, principalmente, medo”, explicou.
O que fazer ao presenciar uma situação de assédio?
A delegada orienta que, se alguém perceber que uma mulher está em situação de desconforto ou medo , deve agir com responsabilidade:
✅ Pergunte discretamente se ela precisa de ajuda.
✅ Crie uma situação para afastá-la do agressor se notar que ela está intimidada.
✅ Chame a segurança do evento ou a polícia se o agressor insistir.
✅ Seja uma rede de apoio , pois muitas vezes a vítima está em choque e não sabe como reagir.
“Pequenos gestos fazem a diferença. Carnaval deve ser sinônimo de alegria, e não de medo. Respeite, ajude e denuncie ”, finaliza Dra. Gabriela Garrido.
A delegada finaliza com um lembrete essencial: “Importunação sexual não é paquera, não é brincadeira. É crime.”