O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), fechou o último pregão do ano com 120.283 pontos às 18h11 desta segunda-feira (30). O índice registrou uma leve alta de 0,01% em relação ao fechamento da última sexta-feira, mas o desempenho ao longo do ano foi marcado por fortes oscilações e uma retração significativa.
Em comparação com o patamar de 29 de dezembro de 2019, antes do início da pandemia de covid-19, o índice está apenas 2% acima, quando encerrou o ano com 117.706 pontos. Esse nível reflete uma recuperação lenta e irregular, após a queda vertiginosa registrada em 2020, à medida que os mercados globais enfrentaram os impactos econômicos da pandemia.
Em 2024, o Ibovespa acumulou uma queda de 9,35%, com uma perda de 12.413 pontos ao longo do ano. Cerca de 75% desse recuo ocorreu apenas nos últimos 20 dias, puxado por uma combinação de fatores econômicos e políticos que afetaram a confiança dos investidores.
Pressões sobre o mercado em 2024
Especialistas apontam que o desempenho negativo do Ibovespa no ano foi influenciado por:
• Cenário internacional instável: A desaceleração do crescimento global e a alta dos juros nos mercados desenvolvidos impactaram os fluxos de capitais para economias emergentes, como o Brasil.
• Turbulências políticas: No cenário interno, a instabilidade política e a falta de avanços em reformas estruturais geraram insegurança no mercado financeiro.
• Setores em retração: Empresas ligadas ao consumo doméstico e commodities enfrentaram desafios adicionais, com a queda nos preços internacionais de matérias-primas e o aumento da inadimplência no mercado interno.
Apesar das dificuldades, o índice conseguiu manter-se próximo ao nível registrado antes da pandemia, o que é visto como um sinal de resiliência em meio ao cenário desafiador.
Perspectivas para 2025
Para o próximo ano, economistas esperam um desempenho mais positivo, impulsionado por possíveis cortes na taxa básica de juros (Selic) e pela expectativa de melhora na atividade econômica global. No entanto, o ritmo de recuperação dependerá da resolução de incertezas políticas e da implementação de medidas que favoreçam o crescimento sustentável no Brasil.
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