Os cidadãos uruguaios retornam às urnas neste domingo, 24 de novembro, para decidir o próximo presidente do país no segundo turno das eleições presidenciais. A disputa coloca frente a frente Yamandú Orsi, do partido de centro-esquerda Frente Ampla, e Álvaro Delgado, representante do Partido Nacional, de centro-direita.
Após uma campanha marcada por debates intensos e polarização, a eleição promete ser uma das mais acirradas da história recente do Uruguai. No primeiro turno, realizado em outubro, Orsi conquistou 42% dos votos, enquanto Delgado obteve 38%. A margem estreita levou ambos os candidatos a intensificarem suas campanhas no segundo turno, buscando atrair os eleitores indecisos e aqueles que optaram por outros candidatos na primeira etapa.
Propostas divergentes
Yamandú Orsi, ex-prefeito de Canelones e uma das principais figuras da Frente Ampla, apresenta uma plataforma focada na expansão de programas sociais, reforma educacional e medidas de incentivo ao desenvolvimento sustentável. Ele busca dar continuidade ao legado progressista de governos anteriores do partido, prometendo combater as desigualdades e fortalecer os direitos trabalhistas.
Por outro lado, Álvaro Delgado, atual secretário da Presidência, defende uma agenda voltada para o crescimento econômico e a segurança pública. Delgado propõe uma maior flexibilização das leis trabalhistas, corte de gastos públicos e o fortalecimento das forças de segurança para combater o crime organizado. Seu discurso atraiu eleitores que demandam mudanças e maior eficiência administrativa.
Polarização e desafios
A campanha tem sido marcada por um intenso debate em torno de temas como a economia, a segurança e os direitos sociais. Enquanto Orsi acusa Delgado de querer implementar medidas que prejudicariam os trabalhadores e reduzir os investimentos sociais, Delgado critica Orsi por supostamente representar uma continuidade de políticas que, segundo ele, não têm atendido às demandas da população.
A votação ocorre em um momento de desafios significativos para o Uruguai, incluindo o aumento do desemprego, a inflação crescente e preocupações com a segurança pública. O candidato eleito enfrentará o desafio de unir um país dividido e implementar políticas que atendam às expectativas de uma população ansiosa por mudanças e estabilidade.
Sistema eleitoral e apuração
As urnas abrirão às 8h e fecharão às 19h, horário local. O sistema eleitoral do Uruguai, reconhecido por sua transparência e eficiência, utilizará urnas eletrônicas. A expectativa é que os resultados preliminares sejam divulgados ainda na noite de domingo.
O segundo turno presidencial é crucial para definir os rumos políticos e econômicos do Uruguai nos próximos cinco anos. A alta participação eleitoral no país, historicamente acima de 80%, indica que os uruguaios estão cientes da importância desta escolha.
Independentemente do resultado, o pleito reforça o papel do Uruguai como um exemplo de democracia consolidada na América Latina. A escolha entre Orsi e Delgado representa não apenas uma decisão sobre lideranças, mas também uma definição dos caminhos que o país seguirá em um cenário regional e global cada vez mais desafiador.