Mais do que uma simples homenagem às mulheres, o dia 8 de março é marcado pela história de luta por direitos elementares que, à época de sua criação, representava a busca pelo direito ao voto feminino.
Atualmente, para além da comemoração, a ideia é provocar reflexões e mudanças na sociedade mundial. Assim, na maioria dos países, nessa data realizam-se conferências, debates e reuniões, com o objetivo de discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe, até extirpar o preconceito e a desvalorização que ainda existem, mesmo com todos os avanços, com situações de salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional.
Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
E a importância dessa luta se mostra em tempos em que se fala no mês da mulher e não mais no dia. Isso demonstra que vale o convite para fazermos algumas ponderações sobre as mulheres.
Que possamos, então, aproveitar este mês para refletir sobre todo este cenário e, efetivamente, encontrar uma forma de colaborar para a redução dos índices alarmantes de violência e desigualdade contra as mulheres em nosso país.
Afinal, as mulheres já somam mais de 50% da população mundial.
O mês de março é um marco na luta das mulheres pela afirmação de sua dignidade e contra todas as formas de violência e discriminação. Por isso, é importante recordar a história dessas lutas, recordadas nessa data. O dia 8 de março se reveste de um duplo significado: tanto de celebração das conquistas, como de mobilização para firmar o que foi conquistado e definir novas metas.
Entre as conquistas alcançadas pelas mulheres no Brasil se destaca a Lei Maria da Penha, criada em 2006, com o objetivo de coibir as diversas formas de violência contra a mulher. É imprescindível lembrar a denúncia das violências sofridas, apesar do temor de represálias, para que a lei possa ser aplicada.
Recordemos aqui ainda uma reflexão do Papa Francisco sobre a dignidade da mulher, feita em uma audiência pública, em setembro de 2015. Entre as tentações que o homem sofre desde a Criação, o Papa cita o “delírio da onipotência” e “a desobediência a Deus”, causando a ruptura da harmonia entre o casal humano, “gerando desconfiança, divisão, prepotência, como demonstra a história”.
Expressões dessa ruptura, segundo o Papa, são “os excessos negativos das culturas patriarcais, as múltiplas formas de machismo, em que a mulher é considerada uma segunda classe e a instrumentalização e mercantilização do corpo feminino na atual cultura mediática”. Face a essas rupturas, Francisco ressalta o sentido da complementaridade do homem e da mulher, reafirmando “a igual dignidade de um perante o outro”.