A quarta-feira (29) marcou o Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular Cerebral), uma data voltada à conscientização sobre uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo. A doença, que ocorre de forma súbita e pode deixar sequelas permanentes, exige atenção imediata aos primeiros sinais.
Segundo o neurocirurgião Orlando Maia, do Hospital Quali Ipanema e membro da World Federation of Interventional and Therapeutic Neuroradiology, o tempo é um fator determinante na recuperação do paciente. “O tempo de resposta pode ser decisivo. Cada minuto com falta de circulação no AVC isquêmico gera a morte de um neurônio”, alerta o especialista.
Os sintomas mais comuns do AVC incluem paralisia de um braço, de uma perna ou de ambos, além de alterações na fala e na visão, geralmente afetando apenas um lado do corpo. Em alguns casos, esses sinais podem surgir de forma temporária, como perda momentânea de força ou visão, o que já indica risco de um AVC definitivo.
O médico explica que há dois tipos principais de AVC: o isquêmico, causado pela obstrução de um vaso sanguíneo, e o hemorrágico, que ocorre quando um vaso se rompe, provocando sangramento no cérebro. “O AVC hemorrágico acontece, em geral, devido à hipertensão arterial, a aneurismas ou malformações vasculares. Já o isquêmico, mais frequente, decorre da interrupção do fluxo sanguíneo por um coágulo”, esclarece o neurocirurgião Orlando Maia.
O especialista destaca que o atendimento rápido pode salvar vidas e evitar sequelas graves. “Até quatro horas e meia após o início dos sintomas é possível aplicar uma medicação que ajuda a dissolver o coágulo. Em alguns casos, o paciente pode ser submetido a um procedimento chamado trombectomia mecânica, que pode ser realizado até 24 horas após o início do quadro”, explica o neurocirurgião Orlando Maia.
O resultado do tratamento depende diretamente da agilidade no diagnóstico e intervenção. “O que vai determinar a recuperação é se o tratamento foi feito a tempo, se o coágulo foi dissolvido ou aspirado e se o fluxo sanguíneo foi restabelecido”, reforça o neurocirurgião.
Nos últimos anos, a incidência de AVC em pessoas mais jovens tem aumentado, um fenômeno que preocupa os especialistas. “Mudanças nos hábitos de vida, obesidade, sedentarismo, uso de anticoncepcionais orais, tabagismo e até o uso de cigarros eletrônicos têm contribuído para o aumento dos casos entre adultos jovens”, alerta o neurocirurgião Orlando Maia.
O médico reforça que a prevenção é a melhor estratégia. Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas regularmente, controlar a pressão arterial e evitar o consumo de cigarro e álcool são medidas fundamentais para reduzir os riscos da doença.
“Cuidar da saúde e reconhecer os sinais do AVC pode fazer toda a diferença entre a vida e a morte ou entre a independência e a incapacidade”, conclui o especialista.
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