O uso recreativo de tadalafila, medicamento indicado para o tratamento de disfunção erétil, tem se tornado cada vez mais comum entre jovens brasileiros, gerando alerta das autoridades de saúde. A prática, que ocorre sem prescrição médica, é motivada principalmente por pressões sociais e inseguranças relacionadas ao desempenho sexual.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre os riscos do uso indevido do medicamento. Segundo a agência, a automedicação com tadalafila pode provocar complicações graves, incluindo infartos, arritmias e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Além disso, aumenta a probabilidade de desenvolvimento de dependência psicológica, em que o indivíduo passa a acreditar que só consegue manter relações sexuais com o auxílio do fármaco.
Médicos destacam a preocupação com a disfunção erétil psicogênica, condição em que a expectativa de desempenho e a dependência do medicamento afetam a vida sexual e a saúde emocional. “O uso recreativo de tadalafila pode gerar um ciclo de ansiedade e insegurança que compromete a qualidade de vida do paciente”, alerta um especialista consultado.
Outro ponto crítico destacado pela Anvisa é o comércio irregular e falsificação do medicamento. Produtos vendidos em mercados paralelos, incluindo formatos como gomas e suplementos, podem não apresentar dosagem confiável ou composição segura, aumentando os riscos para a saúde.
As autoridades reforçam que a tadalafila deve ser utilizada somente com orientação médica, após avaliação clínica adequada, e alertam para os perigos do consumo sem prescrição.
A tendência crescente de uso recreativo evidencia um fenômeno que combina pressão social, desinformação e fácil acesso a medicamentos controlados, exigindo maior atenção de profissionais de saúde, familiares e educadores.