O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) celebrou o reconhecimento internacional da Bahia na mais recente publicação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), intitulada “Conhecimento indígena, sítios ancestrais: gestão de mudanças em sítios designados pela UNESCO”. O livro, lançado em três idiomas inglês, francês e espanhol , reúne relatos de diversas Reservas da Biosfera (RBs) ao redor do mundo, destacando experiências que integram natureza, cultura e ancestralidade.
A obra reforça o papel essencial dos povos indígenas na conservação ambiental, reconhecendo-os como guardiões de aproximadamente um quarto da superfície terrestre. Segundo a UNESCO, essas comunidades desempenham um papel crucial na proteção da biodiversidade e na promoção da resiliência climática, contribuindo diretamente para o equilíbrio ecológico do planeta.
Entre os países com experiências destacadas estão Brasil, Equador, Peru, Colômbia, Honduras, Paraguai e México. As histórias reunidas pela publicação refletem a profunda ligação entre comunidades tradicionais e os territórios que preservam, mostrando como o conhecimento ancestral e as práticas sustentáveis fortalecem a gestão dos sítios designados pela UNESCO.
A participação da Bahia ocorre por meio do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (CERBMA-BA), com ênfase na Aldeia Tekoá Tupinambá Kaá, localizada em um dos Postos Avançados da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) o Ecoparque da Mata, situado em Massarandupió, no município de Entre Rios. O espaço vem se consolidando como uma referência em educação ambiental e protagonismo indígena, sendo reconhecido por suas ações de valorização cultural e preservação dos ecossistemas locais.
O Ecoparque da Mata também ganhou visibilidade internacional após sediar o III Fórum de Jovens Ibero-americanos das Reservas da Biosfera (III IberoMaB), realizado em 2024 na Área de Proteção Ambiental (APA) do Litoral Norte, com apoio do Governo do Estado da Bahia. O evento reuniu representantes de diversos países, promovendo o diálogo entre juventudes comprometidas com a sustentabilidade e a gestão participativa dos territórios reconhecidos pela UNESCO.
Para o Inema, o destaque na publicação da UNESCO simboliza não apenas o reconhecimento das políticas ambientais e culturais desenvolvidas na Bahia, mas também o fortalecimento do papel das comunidades indígenas como protagonistas na preservação da Mata Atlântica e na construção de um futuro mais sustentável.
Com esse reconhecimento, a Bahia consolida sua posição como exemplo de gestão ambiental participativa e valorização dos saberes originários, fortalecendo sua presença no cenário internacional das Reservas da Biosfera.