O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visita nesta segunda-feira (29/9) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua residência, na capital federal. A autorização foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que delimitou o encontro ao período entre 9h e 18h. Segundo a assessoria de Tarcísio, a chegada está prevista para o meio-dia.
Será a primeira vez que ambos se reúnem desde a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pela tentativa de golpe de Estado. Embora a assessoria do governador classifique a agenda como uma visita de caráter pessoal, o gesto tem forte peso político. “O governador falou que está indo para fazer uma visita como amigo, levar solidariedade e reafirmar seu apoio ao ex-presidente”, informou a equipe de comunicação.
Nos bastidores, entretanto, a expectativa é de que temas políticos centrais sejam tratados na conversa. Entre eles, a articulação por uma eventual anistia ou redução das penas aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, além das costuras para as eleições presidenciais de 2026. Também entram no radar as duas cadeiras do Senado em disputa por São Paulo no próximo pleito.
Enquanto Tarcísio defende o nome de seu secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, Bolsonaro tenta viabilizar a candidatura de seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Caso a família não consiga emplacar um nome competitivo para a corrida presidencial, lideranças da base já projetam alternativas entre parlamentares evangélicos, como o deputado Marco Feliciano (PL-SP), que desponta como favorito.
Apesar de ser apontado como o principal herdeiro político de Bolsonaro, Tarcísio evita assumir publicamente o papel de candidato ao Planalto. Ainda assim, seu nome tem ganhado força entre o eleitorado. Pesquisa AtlasIntel divulgada no início de setembro mostrou empate técnico em São Paulo entre o governador e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva: 38% para Tarcísio contra 34% para Lula, dentro da margem de erro.
A visita em Brasília, portanto, se apresenta como um gesto de solidariedade, mas também como movimento estratégico para definir rumos e alianças que poderão influenciar diretamente o cenário eleitoral de 2026.