Neste domingo (7), data em que o Brasil celebra sua Independência, milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram às ruas em diferentes estados do país para participar de atos públicos. As manifestações, organizadas por grupos bolsonaristas e movimentos de direita, tiveram como principais bandeiras a defesa da anistia aos condenados e investigados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Os organizadores destacaram que os atos têm caráter pacífico e se apresentam como demonstração de força política diante dos recentes avanços da Justiça contra Bolsonaro e seus aliados. Em várias cidades, os participantes carregaram bandeiras do Brasil e faixas em apoio ao ex-presidente, além de mensagens críticas ao STF e ao atual governo federal.
Em Salvador, a concentração aconteceu no Farol da Barra, um dos principais cartões-postais da capital baiana, que foi tomado por apoiadores vestidos de verde e amarelo. O evento contou com discursos, orações coletivas, cânticos patrióticos e palavras de ordem pedindo “liberdade” e “respeito à Constituição”.
Entre os presentes, esteve o ex-ministro da Cidadania e atual presidente estadual do PL, João Roma, que fez um pronunciamento reforçando a legitimidade das manifestações e criticando a condução do julgamento de Jair Bolsonaro no STF.
“Olha, em todo o Brasil hoje, cada estado, em vários locais, estão ocorrendo essas manifestações. São legítimas, assim como já ocorreu no passado recente no Brasil. Movimento de anistia já ocorreu pós-64, em outros movimentos. Você lembra, inclusive, um movimento pilotado pelo meu menestrel de Alagoas, que conseguiu, naquele momento, pacificar o Brasil. Então, da mesma forma, como você bem disse, é sim uma semana decisiva”, afirmou Roma, em referência à decisão da Corte que deve ser anunciada ainda nesta semana.
O ex-ministro classificou a ação do Supremo como uma “sanha persecutória”. Segundo ele, o julgamento não representa apenas uma análise jurídica, mas se transformou em um “espetáculo teatral” motivado por ressentimentos políticos. “É uma semana em que o Brasil está assistindo não a um julgamento, mas a um espetáculo teatral, uma sanha persecutória, um movimento de vingança perante o presidente Bolsonaro, e não é para isso que a gente quer a operação de um tribunal”, declarou.
Roma também aproveitou o ato para ressaltar a importância da preservação da segurança jurídica no país, apontando que as instituições devem atuar de forma equilibrada e dentro da legalidade. “Queremos um Brasil onde a segurança jurídica possa valer e as pessoas possam puxar esses processos para a normalidade. Esse é o caminho que precisamos trilhar para resgatar a confiança da sociedade em suas instituições”, disse.
Questionado sobre os rumos da direita nas eleições presidenciais de 2026 e a possibilidade de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), despontar como o nome da oposição, Roma foi categórico ao afirmar que Jair Bolsonaro ainda é o principal líder e referência do campo conservador.
“Hoje, especialmente, nós fazemos parte do PL, estamos justamente levantando a bandeira contra essas injustiças, solicitando o movimento pela anistia ampla, geral e irrestrita, porque nós acreditamos ainda que o principal nome, aquele que mobiliza o povo brasileiro, aquele que despertou esses sentimentos, é o nome do presidente Bolsonaro. Então, nós queremos Bolsonaro candidato a presidente no próximo ano”, reforçou.
As manifestações deste 7 de Setembro acontecem em um momento considerado decisivo para o futuro político de Jair Bolsonaro. O STF deve concluir nesta semana o julgamento que pode definir sua inelegibilidade em definitivo, em decorrência das acusações de tentativa de golpe de Estado. A expectativa em torno do resultado mantém em alerta tanto a base de apoio do ex-presidente quanto seus adversários políticos.
Enquanto isso, em diversas cidades, os atos seguem sendo utilizados como uma forma de pressão popular e de reafirmação da força política do bolsonarismo, que, mesmo fora do poder, continua mobilizando uma parcela expressiva da sociedade brasileira.





