O pastor Silas Malafaia voltou a protagonizar declarações polêmicas nesta quarta-feira (20), após ser alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal. Em entrevista à imprensa, o líder religioso fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “criminoso” e “ditador”, e negou as acusações de que teria atuado como orientador político do ex-presidente Jair Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
“Eu converso com amigos. Quem sou eu para orientar o Eduardo Bolsonaro?”, questionou Malafaia, ao rebater a versão que embasou as medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal.
O pastor afirmou que as acusações não se sustentam e reforçou sua identidade como líder religioso. “Eu sou um líder religioso. Eu não sou um bandido nem um moleque”, declarou.
Segundo ele, a ação da PF teria ultrapassado limites ao apreender até mesmo seus cadernos pessoais. “Eu anoto as minhas mensagens, escrevo mensagens da Bíblia. Isso é uma vergonha”, criticou.
Malafaia também acusou Moraes de criar um “crime de opinião no Estado Democrático de Direito”. “Onde é que você é proibido de conversar com alguém? Que país é esse? Que democracia é essa?”, questionou.
Em tom de enfrentamento, o pastor disse não ter medo de “ditadores” e prometeu intensificar sua mobilização política. Entre as medidas anunciadas, está a convocação de manifestações para o próximo 7 de Setembro, em protesto contra decisões do ministro do STF. “Alexandre de Moraes tem que tomar um impeachment, ser julgado e preso”, afirmou.
As declarações de Malafaia devem ampliar a tensão política em torno das investigações que envolvem aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, em um momento em que o Judiciário e setores bolsonaristas voltam a se confrontar em meio ao debate sobre os limites da liberdade de expressão e o combate a ataques às instituições democráticas.