O conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Jason Miller, provocou nova onda de tensão diplomática entre Brasília e Washington ao afirmar, neste domingo, 10, que “não vai parar” ou “desistir” até que o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), seja libertado.
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde a última segunda-feira, 4, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi adotada no âmbito de investigações que apuram suposta participação do ex-chefe do Executivo em atos contra o Estado democrático de direito.
A fala de Miller, feita durante evento político nos EUA, foi interpretada por diplomatas brasileiros como uma interferência indevida em questões internas do país. Fontes do Itamaraty afirmam que a declaração deve ser monitorada com cautela, já que não partiu de uma autoridade formal do governo norte-americano.
O Ministério das Relações Exteriores não se manifestou oficialmente até o fechamento desta edição. Já aliados de Bolsonaro, por meio das redes sociais, celebraram a manifestação de apoio, classificando-a como um gesto de solidariedade internacional.
Analistas políticos destacam que a repercussão do episódio ocorreu em um momento de sensibilidade nas relações entre Brasil e Estados Unidos, marcado por divergências ideológicas entre os atuais governos e pela aproximação de parte da oposição brasileira com figuras influentes do Partido Republicano.