O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (AL), conclamou apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a se mobilizarem novamente nas ruas nesta segunda-feira, 4 de agosto. O ato tem como alvo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por decretar a prisão domiciliar de Bolsonaro no domingo, 3. A decisão judicial ocorreu após o ex-mandatário participar, por videochamada, de manifestações em sua defesa organizadas em ao menos 60 cidades do país, em desrespeito a medidas cautelares impostas pelo STF.
Sóstenes classificou a decisão como abusiva e reforçou que a militância bolsonarista deve reagir com atos públicos. “A democracia está sendo rasgada. Vamos para as ruas, de forma pacífica, mostrar nossa indignação”, afirmou o parlamentar.
A mobilização também foi endossada pelo pastor Silas Malafaia, aliado de longa data do ex-presidente. Em declaração ao portal Metrópoles, Malafaia anunciou que pretende organizar uma “mega manifestação” para o próximo dia 7 de setembro, data comemorativa da Independência do Brasil. O evento deve reunir apoiadores em protesto contra a nova medida imposta por Moraes.
“Sete de setembro vai ser uma mega manifestação, com toda certeza. O que o Alexandre está colocando, acho que nem Lula ou a esquerda querem: o de vítima. O lugar mais espetacular para um político ficar é o de vítima. Bolsonaro está sendo vítima de uma farsa de pseudo-golpe”, declarou o líder religioso.
A decisão de Moraes que impôs prisão domiciliar a Bolsonaro inclui o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de comunicação com outros investigados no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado. A defesa do ex-presidente afirmou que foi surpreendida pela medida e que ele não descumpriu a cautelar que o impede de usar redes sociais, incluindo perfis de terceiros.
Nos bastidores, aliados do ex-presidente avaliam que a estratégia será politizar ainda mais o caso e fortalecer a imagem de Bolsonaro como vítima de perseguição judicial, com vistas às eleições municipais de 2026 e à preservação de sua base de apoio.