Na última sessão da Câmara Municipal de Vitória da Conquista, um episódio lamentável e inaceitável voltou a manchar a democracia e o respeito ao direito de voz feminina. A vereadora Dra. Lara Fernandes foi novamente alvo de violência política de gênero, tendo sua fala interrompida e sua liberdade de expressão cerceada em pleno plenário da Casa Legislativa.
O fato ocorreu justamente no dia em que se comemorava o direito de voz da mulher na sociedade, uma data simbólica que deveria reforçar a luta histórica das mulheres por igualdade e respeito. O plenário estava cheio, com a presença de diversas lideranças e cidadãos, mas, em vez de um ambiente de acolhimento e respeito, o que se viu foi um cenário de hostilidade e constrangimento.
Três vereadores, ao invés de zelar pelo decoro parlamentar e pelo respeito às mulheres na política, incentivaram o público a vaiar a vereadora, além de aplaudir manifestações de desrespeito contra ela. A cena gerou indignação entre os presentes e levanta sérias questões sobre o papel da Comissão da Mulher da Câmara, que deveria atuar na proteção das parlamentares e na defesa do direito à participação política feminina.
A violência política contra as mulheres tem sido uma realidade crescente no Brasil, e o caso da vereadora Dra. Lara Fernandes reforça a urgência de medidas mais rigorosas para combater essa prática. A interrupção forçada de sua fala representa um ataque direto à democracia e aos direitos fundamentais das mulheres, colocando em xeque o compromisso do Legislativo com a equidade de gênero.
Diante da gravidade dos fatos, a sociedade cobra respostas: Onde estava a Comissão da Mulher para defender a parlamentar? Por que outros vereadores permitiram e, pior, incentivaram o desrespeito? Até quando a política será um espaço de intimidação para as mulheres?
Os ataques sofridos por Dra. Lara Fernandes não são apenas um problema individual, mas um reflexo de uma estrutura que ainda resiste a dar espaço e voz plena às mulheres na política. A luta pelo respeito e pela igualdade não pode ser ignorada, e cabe à sociedade, às instituições e aos próprios parlamentares garantirem que episódios como esse não se repitam.
A democracia se fortalece quando há diversidade e respeito. Qualquer tentativa de silenciamento de uma representante eleita pelo povo é um golpe contra o próprio povo. Vitória da Conquista precisa dar uma resposta firme contra a violência política de gênero, garantindo que nenhuma mulher seja calada no espaço que também lhe pertence.