No coração do Carnaval de Salvador, entre a agitação e o esforço contínuo das catadoras de materiais recicláveis, um espaço de acolhimento e cuidado transforma a rotina dessas mulheres. O projeto “Cuidar de Quem Cuida”, da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), tem sido um verdadeiro refúgio, proporcionando atividades terapêuticas e suporte essencial para cerca de 400 catadoras diariamente.
O projeto vai além do simples descanso. Ele oferece um ambiente seguro e inclusivo, onde as mulheres podem cuidar de si mesmas, encontrar apoio mútuo e desenvolver estratégias para lidar com os desafios físicos, mentais e emocionais que enfrentam no intenso trabalho da reciclagem durante a folia.
Hosana dos Santos, de 29 anos, que trabalha como catadora desde os oito anos de idade ao lado do pai, destaca a importância da iniciativa. “Aqui eu me sinto em casa porque é em casa que a gente tem pessoas que tratam a gente bem, com carinho e respeito. E aqui é assim. O atendimento é maravilhoso”, afirma emocionada.
Com uma abordagem humanizada, o espaço oferece serviços como atendimento psicológico, massagens, hidratação, além de rodas de conversa que fortalecem a autoestima e o senso de pertencimento das catadoras. A proposta é garantir que essas mulheres, muitas vezes invisibilizadas na sociedade, tenham um local onde possam se sentir valorizadas e respeitadas.
A secretária de Políticas para Mulheres reforça o compromisso do governo com a causa. “Essas mulheres desempenham um papel fundamental na reciclagem e na sustentabilidade do Carnaval de Salvador. Cuidar delas é também cuidar da cidade e reconhecer a importância do seu trabalho”, ressalta.
O impacto do projeto “Cuidar de Quem Cuida” vai além do período carnavalesco. Ele se consolida como um exemplo de políticas públicas voltadas para a dignidade e o bem-estar de trabalhadoras essenciais para a festa e para o meio ambiente. Iniciativas como essa reafirmam a necessidade de olhar com mais atenção para aqueles que, com suas mãos, garantem que a cidade continue pulsando, mesmo nos dias mais intensos de celebração.