O Ministério da Saúde anunciou uma campanha nacional para estimular a vacinação de adolescentes contra o Papilomavírus Humano (HPV). O objetivo é resgatar cerca de 7 milhões de jovens entre 15 e 19 anos que ainda não foram imunizados. A iniciativa visa aumentar a cobertura vacinal e prevenir doenças graves associadas ao vírus, incluindo diversos tipos de câncer.
A importância da vacinação
O HPV é responsável por quase 100% dos casos de câncer do colo do útero, que é o terceiro tipo mais comum entre as mulheres brasileiras. O vírus também pode causar câncer no ânus, pênis, vagina e garganta, além de verrugas genitais. A vacina, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), protege contra os quatro subtipos mais perigosos do HPV.
A imunização tem maior eficácia quando administrada antes do início da vida sexual, reduzindo significativamente o risco de infecção pelo vírus. Por isso, a faixa etária recomendada para a vacinação de rotina é de 9 a 14 anos. No entanto, diante do baixo índice de adesão, a nova campanha busca sensibilizar adolescentes mais velhos e incentivar a atualização da caderneta de vacinação.
Estratégias da campanha
A campanha será realizada ao longo de 2025 e contará com parcerias entre escolas, unidades de saúde e a mídia. Algumas das estratégias incluem:
- Ações de conscientização em escolas, com palestras educativas e distribuição de materiais informativos;
- Mobilização de influenciadores digitais para divulgar a importância da vacina;
- Dias D de vacinação, com ampliação do horário de atendimento em postos de saúde;
- Parcerias com associações médicas para orientar pais e responsáveis sobre a segurança e eficácia do imunizante.
Cobertura vacinal abaixo do ideal
O Brasil enfrenta desafios para atingir a cobertura vacinal ideal contra o HPV. Dados do Ministério da Saúde indicam que apenas 57% das meninas e 37% dos meninos receberam as duas doses necessárias. Especialistas alertam que esse índice está muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que defende uma taxa de pelo menos 90% para garantir proteção coletiva eficaz.
Para especialistas em saúde pública, a baixa adesão à vacina está relacionada a fatores como desinformação, receios infundados sobre efeitos colaterais e a falta de campanhas de conscientização mais abrangentes. “A vacina é segura, eficaz e essencial para evitar doenças graves. Quanto maior a cobertura, menor será a incidência de casos no futuro”, reforça a infectologista.
Com a nova campanha, o Ministério da Saúde espera reverter esse cenário e garantir que mais adolescentes recebam a vacina contra o HPV. A prevenção é a melhor estratégia para reduzir a incidência de cânceres associados ao vírus e melhorar a saúde pública no país. Pais, educadores e profissionais de saúde desempenham papel fundamental nessa mobilização, incentivando os jovens a se protegerem contra essa ameaça silenciosa.