Neste mês, as atividades de luta do Movimento Negro e de diversos setores organizados, reafirmam o black power, que quer dizer “poder negro”, o orgulho da identidade negra, que é uma das dimensões da consciência negra. Essas ações reconhecem o legado de Zumbi, Dandara, Maria Quitéria, Carlos Marighella, Luiz Gama e entre outros lutadores e lutadoras que doaram suas vidas ao povo.
Reconhecer e reparar portanto, reafirma o nosso compromisso de continuar e aperfeiçoar a nossa trajetória na luta pelo fim de todos os tipos de desigualdades sociais, em especial pelo fim de qualquer forma de racismo. E que, em todas as ações, sejam elas institucionais ou individuais no nosso dia a dia, possamos colocar em prática esse compromisso tão importante para que tenhamos uma sociedade mais justa e igualitária, com a inclusão de fato da comunidade negra em todos os espaços universitários e sociais.
No dia 13 de maio de 1888 foi abolida a escravidão no Brasil.
O dia existe para que haja realmente uma consciência e reflexão do papel da sociedade brasileira no tratamento com as pessoas negras e o papel da luta do movimento negro contra a desigualdade racial.
São apenas 133 anos que negros não são mais escravos, mesmo assim, até os dias atuais, as mazelas estruturais do racismo parecem não ter acabado junto a escravidão.
Os ex-escravizados ficaram nas ruas sem comida, roupa ou casa, expostos aos vícios como o alcoolismo, sem terem para onde ir nos morros cada um foi criando seu cantinho para morar sem sequer imaginar que estariam implementando o que é chamado hoje de favela, o que ainda concentra o maior número de pessoas negras.
Além disso, como reflexos desse passado muitas expressões dita em nosso vocabulário atualmente ainda são de origens racistas e poucas pessoas sabem como: doméstica, criado-mudo, dar nas coxas, cor do pecado, mulato (a), serviço de preto, magia negra, denegrir, cabelo ruim, pé na senzala, entre outras, milhares que ainda estão sendo descobertas.
Como a luta do povo negro nunca parou desde que os primeiros africanos pisaram nesse país, cansados de sempre serem discriminados, humilhados com o objetivo de garantir direitos para a população negra brasileira, aos poucos foram surgindo movimentos sociais para cobrar e garantir o básico para um ser humano viver, o respeito.
Esta diversidade é, sem dúvida, uma riqueza para nossa singularidade, um reflexo do próprio tecido social brasileiro. Contudo, para que possamos acolher e preservar essa diversidade, é essencial que implementemos políticas concretas que assegurem uma convivência digna, com respeito mútuo e equidade.
Neste Dia da Consciência Negra, portanto que possamos reafirmar o nosso compromisso inabalável com o princípio constitucional da igualdade, que ecoa em nossa missão institucional e nos inspira a lutar, com afinco, pela erradicação de toda e qualquer forma de discriminação racial. Nossa máxima é clara e inequívoca: todos somos iguais. E este princípio deve nortear cada uma de nossas ações, em todas as esferas, para que possamos construir uma sociedade verdadeiramente justa e inclusiva.
Finalizo com a frase de Martin Luther King Jr: “A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar.” Que estas palavras nos lembrem, hoje e sempre, da importância de lutar por uma sociedade em que a igualdade seja uma realidade, e não apenas uma aspiração!”
Assim, seremos uma sociedade mais igualitária, justa e antirracista.
Novembro Negro Salvador-Ba.
Dia da Consciência Negra.
Por Lucimar Cruz