A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,2% no quarto trimestre de 2025, o menor patamar desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, em 2012. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e confirmam um cenário de forte aquecimento do mercado de trabalho ao longo do ano.
Segundo o levantamento, o país encerrou o período com 5,644 milhões de pessoas em busca de trabalho, o menor contingente de desocupados já registrado pela pesquisa. Na comparação trimestral, o desemprego caiu 7,2%, o equivalente a 441 mil pessoas a menos nessa condição. Em relação ao mesmo período de 2024, a redução foi ainda mais expressiva: queda de 14,9%, ou 988 mil brasileiros que deixaram a fila do desemprego.
O recuo da desocupação ocorre em paralelo a um novo recorde no número de pessoas ocupadas, que chegou a 103,2 milhões de trabalhadores. Com isso, o nível de ocupação proporção de pessoas empregadas em relação à população em idade de trabalhar alcançou 59,0%, o maior percentual de toda a série histórica da Pnad Contínua.
De acordo com a coordenadora de pesquisas do IBGE, Adriana Beringuy, o desempenho reflete a sustentação do emprego ao longo do ano. “A manutenção do contingente de trabalhadores em elevado patamar ao longo de 2025 tem assegurado a redução da pressão por busca de trabalho, reduzindo consideravelmente a taxa de desocupação”, afirmou.
Outro indicador positivo foi a queda da informalidade, que atingiu 37,7% da população ocupada no quarto trimestre, abaixo dos 38% registrados no trimestre anterior. A redução está associada, principalmente, ao avanço do emprego formal. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 39,4 milhões, estabelecendo um novo recorde. Na comparação anual, houve crescimento de 2,6%, enquanto, no trimestre, o indicador se manteve estável.
Por outro lado, o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado ficou em 13,6 milhões, também estável frente ao trimestre anterior, mas com queda de 3,4% em relação ao ano anterior, reforçando a tendência de maior formalização do mercado de trabalho.
Os resultados consolidam 2025 como um ano histórico para o emprego no país, com avanços tanto na geração de vagas quanto na qualidade das ocupações. Para analistas, o desafio a partir de agora será manter o ritmo de criação de empregos formais e garantir que o crescimento do mercado de trabalho continue acompanhado de ganhos de renda e produtividade.





