Uma movimentação incomum marcou a manhã desta quinta-feira (11) na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e 3 meses por participação na trama golpista investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A rotina no prédio foi alterada diante da expectativa de que o ministro Alexandre de Moraes autorize a saída do ex-presidente para a realização de procedimentos cirúrgicos no hospital DF Star, na capital federal.
A defesa de Bolsonaro também trabalha para tentar converter a pena em prisão domiciliar humanitária, alegando agravamento de seu quadro de saúde. Paralelamente, circulam rumores de que uma equipe médica poderia ser enviada diretamente à cela para avaliar a real necessidade da transferência hospitalar hipótese que, até o momento, não foi confirmada oficialmente.
Visita cancelada, recuo e clima tenso
O ambiente ficou ainda mais tenso após a reviravolta envolvendo o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara. Pela manhã, o parlamentar anunciou o cancelamento de uma inspeção previamente marcada na cela ocupada por Bolsonaro.
A visita autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes ocorreria nesta mesma quinta-feira (11), no mesmo horário destinado ao encontro do ex-presidente com familiares. Segundo Bilynskyj, a comissão optou inicialmente por não “ocupar o tempo da família” e, por isso, suspenderia a fiscalização.
No entanto, horas depois, o deputado apareceu na sede da PF e decidiu realizar a inspeção, revertendo a decisão anterior. A mudança de postura gerou desconforto entre servidores e reforçou a percepção de que há intensa disputa política e institucional em torno das condições de custódia do ex-presidente.
Expectativa por decisão de Moraes
A avaliação médica e a possível saída de Bolsonaro para o hospital dependem exclusivamente de autorização do ministro Alexandre de Moraes, relator das ações referentes aos atos golpistas. A defesa afirma que o ex-presidente apresenta dores persistentes e demanda acompanhamento especializado, mas a equipe médica da PF ainda não divulgou novo boletim sobre seu estado de saúde.
Enquanto isso, aliados e parlamentares ligados ao PL permanecem diante da Superintendência, acompanhando de perto qualquer movimentação de viaturas ou servidores um sinal do crescente interesse político que envolve o caso.
A expectativa é de que Moraes tome uma decisão ainda hoje, seja autorizando a transferência, designando uma equipe médica ou mantendo Bolsonaro na cela sob observação da PF.





