A prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos, sancionou a lei que denomina a antiga Rua da Granja, localizada entre os condomínios Duque Du Lest e Terras Alphaville 2, no bairro Universidade, como Rua Sashira Camilly Cunha Silva. A iniciativa, de autoria do vereador Ricardo Babão, presta homenagem à jovem de 19 anos, vítima de feminicídio no ano de 2021, crime que abalou a comunidade conquistense e trouxe à tona a urgência do enfrentamento à violência de gênero.
A mudança no nome da via pública vai além de um gesto simbólico. Ela representa um ato de memória, reflexão e compromisso do poder público com a promoção dos direitos das mulheres e com a prevenção de crimes motivados pelo ódio e pela discriminação de gênero. Ao transformar o espaço urbano em um local de lembrança permanente, o município reforça a necessidade de manter vivo o debate sobre o feminicídio e suas consequências sociais.
Durante a sanção da lei, a prefeita Sheila Lemos elogiou a iniciativa do Legislativo Municipal e destacou a relevância da homenagem como instrumento de conscientização para as atuais e futuras gerações.
“Daqui a 50 anos, as pessoas vão perguntar por que esta rua se chama Sashira. E essa será uma oportunidade de lembrar o crime que aconteceu, da forma trágica como ela morreu, e, principalmente, de reforçar que isso não pode mais se repetir. É um alerta permanente para que nenhuma mulher ou menina sofra qualquer tipo de violência”, afirmou a prefeita.
A família da jovem recebeu a homenagem com emoção. O pai de Sashira, Edivanio Alves da Silva, agradeceu a sensibilidade da Prefeitura e da Câmara de Vereadores, lembrando que o reconhecimento, embora marcado pela dor da perda, transforma a história da filha em um símbolo de resistência e conscientização.
“Eu gostaria de poder homenagear a minha filha em vida. Jamais imaginei que ela daria nome a uma rua, porque normalmente isso só acontece quando a pessoa nos deixa. Mas o nome dela marcou a cidade, se tornou um símbolo contra o feminicídio, e eu, minha família e amigos nos sentimos honrados com essa homenagem”, declarou.
Edivanio também destacou a relação de Sashira com o local que agora leva seu nome. “É uma rua em que ela conviveu por muito tempo, passou o período da pandemia lá. Saber que o nome dela ficará eternizado neste espaço traz um sentimento de memória, respeito e luta para que outras famílias não passem pela mesma dor”, completou.
A Rua Sashira Camilly Cunha Silva passa, assim, a integrar o mapa urbano da cidade como um espaço de memória coletiva, servindo como alerta constante sobre a gravidade da violência contra a mulher. A iniciativa reforça o compromisso do município com políticas públicas de proteção, acolhimento e prevenção, além de incentivar a sociedade a refletir sobre o papel de cada um no combate ao feminicídio.
A homenagem reafirma que lembrar é também uma forma de lutar, e que transformar a dor em memória ativa é um passo fundamental para construir uma cidade mais justa, segura e igualitária para todas as mulheres.





