Pressionado por mudanças regulatórias e pelo avanço da inadimplência, o Banco do Brasil (BB) registrou uma forte queda no lucro do terceiro trimestre de 2025. De acordo com o balanço divulgado na noite desta quarta-feira (12), o lucro líquido ajustado do banco somou R$ 3,785 bilhões entre julho e setembro, representando recuo de 60,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O resultado ficou praticamente estável na comparação trimestral no segundo trimestre, o lucro foi de R$ 3,784 bilhões. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o Banco do Brasil obteve R$ 14,943 bilhões de lucro líquido ajustado, uma queda de 47,2% em relação ao mesmo período de 2024. Em todo o ano passado, a instituição havia alcançado lucro recorde de R$ 37,9 bilhões.
Entre os fatores que impactaram o desempenho está a entrada em vigor, em janeiro deste ano, de uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que alterou as regras contábeis para instituições financeiras. A norma, aprovada em 2021, passou a exigir que o reconhecimento das receitas de juros de operações em estágio 3 aquelas com atraso superior a 90 dias seja feito pelo regime de caixa, ou seja, apenas quando o pagamento é efetivamente recebido.
Com essa mudança, o Banco do Brasil deixou de reconhecer R$ 1 bilhão em receitas de crédito no trimestre, o que contribuiu para a redução do lucro.
Além do impacto das novas regras, o aumento da inadimplência entre os clientes também pesou sobre os resultados. O cenário de juros elevados e de desaceleração econômica tem ampliado as dificuldades de pagamento, especialmente nas carteiras de crédito ao consumo e de pequenas empresas.
Apesar do recuo expressivo, o BB destacou, em nota, que segue “com sólida posição de capital, adequada liquidez e qualidade de ativos dentro dos padrões prudenciais”. A instituição afirmou ainda que continua investindo em tecnologia e eficiência operacional para “manter a competitividade em um ambiente de maior seletividade no crédito”.
Com a combinação de ajustes contábeis, cenário macroeconômico desafiador e custos de provisões mais elevados, o Banco do Brasil se junta a outras instituições financeiras que também vêm registrando retração nos lucros ao longo de 2025.
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