Nos últimos cinco anos, a Bahia tem registrado um crescimento expressivo no setor fitness. De acordo com dados do Conselho Regional de Educação Física da Bahia (CREF13/BA), o número de academias aumentou mais de 80%, ultrapassando a marca de quatro mil unidades em todo o estado. O movimento acompanha a tendência nacional de expansão das academias de rede, que se consolidaram no mercado com um modelo baseado na autonomia dos alunos e mensalidades mais acessíveis.
Essas redes oferecem ao público uma estrutura moderna, mas com menos acompanhamento presencial. Nesse formato, o cliente realiza os exercícios com maior independência, utilizando aplicativos, treinos pré-definidos e suportes digitais. A estratégia permite reduzir custos operacionais e ampliar a base de alunos, mas também levanta discussões sobre a necessidade de supervisão constante de profissionais qualificados.
Para o presidente do CREF13/BA, Rogério Moura, o papel do educador físico continua sendo indispensável. “A supervisão profissional é essencial para garantir segurança e eficácia. Nenhum recurso tecnológico substitui a capacidade de um especialista em adaptar o treino às necessidades individuais e prevenir lesões”, afirmou.
Um dos novos hábitos identificados nas academias é justamente o uso da inteligência artificial como ferramenta auxiliar. Plataformas digitais têm sido incorporadas ao cotidiano dos alunos para sugerir treinos, registrar desempenhos e até criar programas personalizados. Moura reconhece a inovação, mas faz um alerta: “A tecnologia pode contribuir, mas não pode prescindir da presença do profissional. É a combinação de conhecimento humano com os avanços digitais que oferece melhores resultados”.
Outro ponto em destaque é a busca dos profissionais de Educação Física por melhores condições de trabalho. Muitos conciliam o emprego em academias com atendimentos autônomos como personal trainers, em busca de uma remuneração mais justa e de maior liberdade para aplicar suas metodologias.
Além disso, a fiscalização sobre academias irregulares segue como prioridade do CREF13/BA. O órgão intensificou ações para coibir estabelecimentos sem registro ou que funcionam sem a presença obrigatória de um responsável técnico habilitado. “A expansão do setor é positiva, mas precisa caminhar lado a lado com a responsabilidade. Garantir que todos os espaços estejam dentro da lei é proteger a saúde da população”, ressaltou Moura.
O crescimento do setor fitness na Bahia mostra um mercado cada vez mais diversificado e competitivo, onde tecnologia, profissionalização e acessibilidade se encontram. O desafio, agora, é equilibrar inovação com segurança, para que o aumento no número de academias represente também ganhos reais em saúde e qualidade de vida para os baianos.