Um novo perfil de trabalhadores começa a ganhar destaque nas obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Salvador e Região Metropolitana. Em um setor historicamente dominado por homens, a presença feminina vem transformando os canteiros de obras. Engenheiras, soldadoras, mestres de obras e sinaleiras mostram que a construção civil já não é mais um espaço exclusivamente masculino.
De acordo com dados da Companhia de Transportes da Bahia (CTB), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) do Governo do Estado, a participação das mulheres é cada vez mais expressiva. No trecho que compõe o Lote 1, entre a Ilha de São João e a Calçada, já são 166 trabalhadoras ativas. No Lote 2, que liga Paripe a Águas Claras, quase 40 mulheres integram as equipes, enquanto no Lote 3, o percentual chega a 31% do total de profissionais.
Segundo a CTB, esse avanço reflete não apenas a qualificação das profissionais, mas também as ações afirmativas que incentivam a inclusão de mulheres em setores técnicos e operacionais. Além de abrir espaço para o desenvolvimento profissional, a presença feminina contribui para um ambiente mais diverso e colaborativo, com reflexos positivos no andamento das obras.
A engenheira civil Mariana Souza, que atua no Lote 1, destaca que os desafios existem, mas que o reconhecimento tem sido crescente. “É gratificante ver mais mulheres ocupando funções que antes não eram sequer cogitadas para nós. Estamos mostrando que competência e dedicação não têm gênero”, afirma.
As obras do VLT de Salvador e Região Metropolitana seguem avançando e, além de transformar a mobilidade urbana da capital baiana, também promovem uma mudança cultural importante no mercado da construção civil. A presença feminina nos canteiros reforça que o futuro da engenharia e da infraestrutura será cada vez mais plural e inclusivo.