A Festa de Nossa Senhora da Boa Morte, promovida pela irmandade centenária que leva o mesmo nome, transformou Cachoeira, no Recôncavo Baiano, em palco de fé, cultura e celebração até o último domingo (17). O evento atraiu milhares de visitantes brasileiros e estrangeiros que buscaram vivenciar a tradição que une o catolicismo e o candomblé em um dos rituais mais emblemáticos da Bahia.
A programação se estendeu por cinco dias, com missas, cortejos, cânticos e danças que expressam a espiritualidade e a resistência de mulheres negras. O festejo contou com apoio da Secretaria de Turismo do Estado (Setur-BA), por meio do projeto Agô Bahia, voltado à valorização dos cultos de matriz africana e ao fortalecimento do afroturismo.
Reconhecida como patrimônio imaterial, a manifestação religiosa ganhou recentemente título federal por sua contribuição à promoção da igualdade racial. Esse reconhecimento reforça a importância histórica da Irmandade da Boa Morte, que preserva costumes e simbolismos transmitidos de geração em geração.
Para a chefe de gabinete da Setur-BA, Giulliana Brito, o evento fortalece o papel da cidade como referência cultural. “A Festa da Boa Morte é um dos momentos em que o turismo põe Cachoeira em evidência. Esse patrimônio cultural e religioso se soma a outros atrativos do Recôncavo e ao seu povo hospitaleiro, atraindo e encantando os visitantes que vêm à Bahia em busca de experiências singulares”, destacou.
Com sua força simbólica e espiritual, a Festa da Boa Morte reafirma a relevância do Recôncavo como guardião da memória e da identidade afro-brasileira, consolidando-se como um dos maiores marcos do calendário cultural da Bahia.