Nesta segunda-feira (4), a Polícia Federal cumpriu uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e realizou uma operação contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES). A medida inclui a imposição do uso de tornozeleira eletrônica e a entrega imediata de todos os seus passaportes.
A ação foi deflagrada no Aeroporto Internacional de Brasília, onde o parlamentar desembarcava de um voo vindo dos Estados Unidos. Mesmo após determinação expressa do STF para que entregasse seus passaportes, o senador permaneceu por dez dias no exterior. Segundo ele, a viagem foi possível graças ao uso do passaporte diplomático, que ainda não havia sido recolhido pela Justiça.
A decisão de Alexandre de Moraes, relator de inquéritos que investigam a tentativa de golpe de Estado e outras ações antidemocráticas, visa garantir o cumprimento das medidas cautelares impostas ao parlamentar. O senador é investigado por suspeita de envolvimento em articulações golpistas no período que sucedeu as eleições de 2022.
Marcos do Val vem sendo citado em diferentes frentes de apuração desde que revelou, ainda em 2023, que teria sido procurado pelo então presidente Jair Bolsonaro para tentar gravar ilegalmente o ministro Moraes e tentar descredibilizar o STF. A partir dessas declarações, o parlamentar passou a ser investigado e, posteriormente, tornou-se réu por obstrução de Justiça.
A equipe de defesa do senador ainda não se manifestou oficialmente sobre a operação desta segunda-feira. Nos bastidores, aliados afirmam que Val considera a medida “desproporcional” e promete recorrer.
A Polícia Federal segue com as investigações. Já o STF deve decidir, nas próximas semanas, se mantém ou endurece as medidas contra o parlamentar.