Com o objetivo de promover a valorização da cultura afro-brasileira e fortalecer a formação cidadã dos estudantes, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) realizou,a primeira reunião do Comitê Gestor do Projeto Capoeira das Escolas: Movimento, Identidade e Ancestralidade. O encontro aconteceu no auditório da SEC, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), reunindo representantes de órgãos públicos e lideranças do movimento da capoeira.
A iniciativa faz parte das ações da Lei Moa do Katendê, regulamentada em 2024. A legislação reconhece a capoeira como patrimônio cultural e assegura sua presença no currículo das escolas da rede estadual. A criação do comitê marca um avanço importante na articulação entre educação, cultura e identidade étnico-racial.
O Comitê Gestor é composto por diversos órgãos do Governo da Bahia. Além da SEC, participam a Secretaria de Cultura (Secult), o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), o Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) e a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi). Também integram o grupo representantes da Salvaguarda da Capoeira, mestres de Capoeira Angola e Regional, além de coletivos e grupos atuantes nos territórios.
Para Neuber Leite Costa, da Coordenação de Educação Antirracista da SEC, o projeto simboliza um marco na política educacional da Bahia. “A criação do comitê nasce da regulamentação da Lei Moa do Katendê e se firma como uma ação pioneira da educação pública da Bahia. Estamos implementando um projeto que articula educação, cultura e ancestralidade com base em uma perspectiva afrocentrada”, destacou.
O Projeto Capoeira das Escolas se propõe a inserir de forma estruturada a capoeira como prática pedagógica nas unidades escolares. A proposta vai além da atividade corporal e visa reforçar aspectos históricos, filosóficos e culturais dessa manifestação que integra o patrimônio imaterial do Brasil.
A expectativa da SEC é que o comitê amplie o diálogo entre mestres, professores e gestores escolares, garantindo que a capoeira esteja presente de forma contínua, respeitosa e contextualizada no ambiente educacional. Com isso, a Bahia dá mais um passo em direção à construção de uma escola mais inclusiva, plural e comprometida com a identidade de seu povo.