O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou nesta sexta-feira uma nova operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com medidas cautelares rigorosas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. A decisão determina o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno, além de outras restrições legais.
A ação ocorre no âmbito de investigação que apura tentativa de interferência ilícita em processos judiciais e possível articulação para desestabilizar o Estado Democrático de Direito. Segundo o despacho do ministro Moraes, há indícios de que Bolsonaro e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), atuaram de forma coordenada em práticas que podem configurar crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Ainda de acordo com a decisão, o ex-presidente está proibido de se aproximar de embaixadas e consulados, de manter qualquer tipo de contato com diplomatas estrangeiros e com outros investigados no processo. A medida visa evitar articulações internacionais ou possíveis pedidos de asilo político.
Agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão nesta manhã na residência de Bolsonaro e em outros endereços ligados ao Partido Liberal. Os materiais apreendidos serão periciados e incorporados à investigação em curso.
Fontes da PF indicam que esta fase da operação é considerada decisiva para esclarecer o nível de envolvimento do ex-presidente em uma possível rede organizada para interferir no andamento das investigações que apuram atos antidemocráticos.
A defesa de Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou oficialmente sobre as novas medidas judiciais. Já a presidência do PL também não comentou a operação até o momento.
A cobertura segue em atualização. Novas informações serão divulgadas ao longo do dia.