O mais recente boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta um crescimento preocupante nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave no Brasil. De acordo com o levantamento, o número de casos registrados nas últimas quatro semanas é 91% maior em comparação com o mesmo período de 2024, configurando um aumento expressivo e atípico da doença neste início de ano.
A análise, conduzida a partir de notificações enviadas pelas secretarias estaduais e municipais de saúde, indica que o crescimento das ocorrências está concentrado principalmente nos estados das regiões centro-sul, onde a sazonalidade de vírus respiratórios costuma ser mais acentuada com a chegada do outono e do inverno.
De acordo com Tatiana Portella, pesquisadora do InfoGripe, dois agentes virais têm sido os principais responsáveis pela alta nos registros: o vírus da influenza A e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). “A influenza A tem causado o maior número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em todas as faixas etárias, mas o impacto mais grave tem sido observado entre os idosos. Já o VSR tem sido a principal causa de hospitalizações de crianças com sintomas respiratórios graves”, explica a pesquisadora.
O levantamento ressalta ainda a importância da vacinação contra a gripe, especialmente entre os grupos de risco como idosos, gestantes, crianças pequenas e pessoas com comorbidades. A baixa adesão à campanha nacional de imunização pode estar contribuindo para o aumento dos casos e das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave, segundo especialistas.
A Fiocruz alerta que o cenário exige atenção redobrada das autoridades sanitárias e da população. Medidas preventivas como a vacinação, o uso de máscaras em ambientes fechados e com aglomerações, além da higienização frequente das mãos, são fundamentais para conter a propagação dos vírus respiratórios neste período de maior circulação.
Diante do aumento expressivo dos casos, o Ministério da Saúde monitora a situação e reforça a recomendação para que pessoas com sintomas gripais busquem atendimento médico, evitando a automedicação e contribuindo com o diagnóstico adequado.
A tendência de crescimento deve continuar nas próximas semanas, caso não haja uma resposta rápida e efetiva. A Fiocruz segue acompanhando os dados em tempo real por meio do InfoGripe, uma das principais plataformas de vigilância epidemiológica do país.