No Brasil, uma a cada cinco crianças é vítima de violência sexual. A denúncia vem da delegada e pesquisadora em violência contra a mulher, Dra. Gabriela Garrido, em um contundente alerta sobre os sinais silenciosos do abuso infantil. Segundo ela, nem sempre há marcas visíveis. Muitas vezes, o sofrimento se manifesta em mudanças comportamentais sutis e é justamente por isso que é fundamental estar atento.
“Nem toda dor grita, nem toda violência deixa marcas. Mudanças bruscas de comportamento, queda repentina no rendimento escolar, desenhos com forte carga sexual ou violência: esses são sinais que podem parecer discretos, mas precisam ser ouvidos”, afirma a delegada Dra. Gabriela Garrido.
Em 2023, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 60 mil casos de abuso sexual contra crianças foram registrados no país. No entanto, o número real é muito maior. A subnotificação é gigantesca. A maior parte das vítimas não consegue ou não sabe expressar o que está vivendo e, frequentemente, a violência acontece dentro de casa ou em ambientes de confiança.
“As crianças não têm como pedir socorro sozinhas. Elas precisam que um adulto, um cuidador, um professor, um médico, uma enfermeira perceba o sofrimento, identifique a mudança de comportamento e tome uma atitude”, reforça a delegada Dra. Gabriela Garrido.
O abuso sexual infantil é um crime silencioso que se alimenta da omissão. Muitas vezes, por medo, vergonha ou desinformação, os sinais são ignorados. Mas a delegada Dra. Gabriela Garrido é categórica: “Silenciar não protege. Denunciar salva vidas.”
Ela orienta que qualquer suspeita seja imediatamente comunicada às autoridades. Os canais disponíveis são diversos: Disque 100, Conselho Tutelar, Ministério Público, delegacias especializadas e, em algumas cidades, até mesmo plataformas digitais de denúncia.
A delegada Dra. Gabriela Garrido destaca que proteger crianças e adolescentes do abuso sexual é um dever coletivo:
“Você pode ser a voz de uma criança que ainda não consegue pedir ajuda. E isso pode mudar o destino de uma vida inteira.” afirmou a delegada Dra. Gabriela Garrido
O que observar? Sinais de possível abuso sexual infantil:
- Mudanças bruscas de comportamento (tristeza, agressividade, medo repentino de adultos ou lugares)
- Desenhos com conotação sexual ou violenta
- Comportamentos hipersexualizados incompatíveis com a idade
- Queda no desempenho escolar
- Dificuldade para dormir, pesadelos ou medo do escuro
- Lesões físicas, infecções recorrentes ou dores inexplicáveis
Como denunciar:
- Disque 100 Central de Direitos Humanos
- Conselho Tutelar da sua cidade
- Delegacia de Polícia Civil (preferencialmente especializada em crimes contra crianças e adolescentes)
- Ministério Público
Proteger a infância é uma urgência social. A omissão é cúmplice. A denúncia, um ato de coragem e responsabilidade. Se há qualquer suspeita, denuncie. Você pode ser o elo entre uma criança em sofrimento e a chance de recomeçar em segurança.
“A gente precisa ser a voz de quem ainda não pode se queixar.” diz a delegada Dra. Gabriela Garrido