As vendas de medicamentos indicados para o tratamento de diabetes tipo 2 e, cada vez mais, utilizados para a perda de peso como Wegovy, Ozempic e o recém-chegado Mounjaro seguem em curva ascendente no Brasil. Apesar das recentes restrições impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a tendência é de que a demanda por esses produtos continue crescendo nos próximos meses.
Segundo dados divulgados pelo portal InfoMoney, somente no primeiro trimestre de 2025, a rede de farmácias Pague Menos registrou um aumento superior a 40% nas vendas desses medicamentos. O número expressivo reflete o apetite do consumidor brasileiro por terapias voltadas ao emagrecimento rápido, especialmente em meio à popularização dos chamados “medicamentos injetáveis” que promovem sensação de saciedade.
O destaque recente fica por conta da chegada do Mounjaro, nome comercial da molécula tirzepatida, ao mercado nacional. Já autorizado pela Anvisa, o produto tem gerado grande expectativa, a ponto de levar as principais redes farmacêuticas do país a abrirem sistema de pré-venda, permitindo que clientes reservem o medicamento antes mesmo de sua disponibilidade efetiva nas prateleiras.
Apesar da crescente popularidade, a Anvisa tem atuado com cautela. A agência vem reforçando a necessidade de prescrição médica e monitoramento do uso, sobretudo diante dos relatos de efeitos colaterais e do aumento no uso recreativo ou fora da indicação original. No entanto, as medidas regulatórias adotadas até o momento não devem afetar o mercado de forma significativa no curto prazo.
Especialistas apontam que a combinação entre eficácia comprovada, forte presença nas redes sociais e endosso de celebridades tem impulsionado a procura por esses fármacos. Ainda assim, alertam para os riscos da automedicação e reforçam a importância do acompanhamento profissional.
Com a entrada de novos produtos no mercado e o interesse crescente do público, o setor farmacêutico projeta um segundo trimestre ainda mais aquecido. Enquanto isso, autoridades de saúde seguem atentas ao equilíbrio entre acesso, segurança e responsabilidade no uso desses medicamentos.