O Brasil deu um importante passo no cenário internacional ao subir 47 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras , divulgado nesta sexta-feira (2). O país alcançou a 63ª colocação em 2025, contrastando fortemente com os índices de 2022, quando figurava entre os piores desempenhos da América Latina.
De acordo com a Repórteres Sem Fronteiras, a melhora expressiva se deve principalmente à redução da hostilidade contra jornalistas e veículos de comunicação, além de um ambiente institucional mais favorável ao exercício da imprensa. O estudo da organização que é uma ONG internacional e sem fins lucrativos avalia a liberdade de imprensa com base em cinco indicadores: contexto político, estrutura legal, contexto econômico, contexto sociocultural e segurança.
“A possibilidade efetiva de jornalistas, como indivíduos e como coletivos, selecionarem, produzirem e divulgarem informações de interesse público, independentemente de ingerências políticas, econômicas, legais e sociais, e sem ameaça à sua segurança física e mental”, é como Repórteres Sem Fronteiras define a liberdade de imprensa em seu relatório.
Pesquisadores da entidade destacam que, nos últimos anos, houve uma retração nos ataques verbais e institucionais contra jornalistas, além de uma queda nos casos de violência e assédio direcionados à categoria. A revalorização do papel da imprensa no debate público também foi apontada como sinal positivo no levantamento.
Apesar do avanço, Repórteres Sem Fronteiras ressalta que o Brasil ainda enfrenta desafios importantes, como a concentração da propriedade midiática, pressões econômicas sobre redações independentes e a vulnerabilidade de comunicadores em regiões periféricas e zonas de conflito agrário.
O relatório serve como termômetro do compromisso de governos e sociedades com a liberdade de expressão e o direito à informação, sendo acompanhado com atenção por organismos internacionais, entidades civis e empresas de mídia.
A evolução brasileira, portanto, é vista como um alento, mas também como um chamado à vigilância constante para que os direitos conquistados não retrocedam.