Em celebração ao Abril Indígena, mês dedicado à valorização da luta, resistência e resiliência dos povos originários do Brasil, a Fundação Pedro Calmon, vinculada à Secretaria de Cultura da Bahia, promoveu o evento “Minha Terra Pindorama: Tupinambás de Itaparica”, na Biblioteca Juracy Magalhães Júnior, localizada na Ilha de Itaparica.
A ação, que integrou a agenda comemorativa do mês, contou com a presença de representantes da comunidade indígena da Misericórdia, povo Tupinambá da retomada de Itaparica. Durante todo o dia, o espaço foi tomado por atividades que aproximaram o público especialmente crianças e jovens da rica cultura dos povos originários.
Exposições de arte indígena, oficinas interativas, feira de artesanato, cânticos e danças tradicionais, jogos culturais, rodas de conversa e sessões de contação de histórias fizeram parte da programação, que encantou os participantes e promoveu um mergulho na ancestralidade e nos saberes dos Tupinambás.
A cacica Iuly Inaiê, liderança da comunidade Tupinambá local, ressaltou a importância do evento como instrumento de educação e valorização da identidade indígena. “Fomos convidados para esta atividade na biblioteca, juntamente com as crianças, para que elas entendam mais sobre a nossa cultura, para além do que é ensinado nas escolas. É mais do que uma iniciativa para celebrar, mas para promover informação, conhecimento”, afirmou.
A proposta da Fundação Pedro Calmon, por meio da Biblioteca Juracy Magalhães, vai ao encontro do compromisso de democratizar o acesso à cultura e fomentar o respeito à diversidade. Em um mês simbólico para os povos indígenas de todo o Brasil, o evento reafirma a importância de espaços de escuta, protagonismo e visibilidade para as comunidades originárias, como pontua a coordenação do evento.
“Minha Terra Pindorama: Tupinambás de Itaparica” se consolida, assim, como uma experiência de intercâmbio cultural e fortalecimento das raízes que compõem a identidade brasileira, sendo também um chamado ao reconhecimento da história real dos povos indígenas e da continuidade de sua luta por território, dignidade e direitos.
Transformação no campo: história da família Silva-Alves, de Salvador, ganha destaque no Jornal Nacional
Salvador voltou os olhos do país, quando a história da família Silva-Alves foi destaque na edição do Jornal Nacional, da TV Globo. A reportagem especial abordou as profundas transformações vividas pela agricultura familiar no Nordeste, em especial na Bahia, nas últimas décadas mudanças impulsionadas por políticas públicas voltadas ao campo.
Parte da apresentação do telejornal, conduzida pela jornalista Renata Vasconcellos, foi transmitida diretamente da residência da família Silva-Alves, no Recôncavo Baiano. No centro da matéria, Dona Maria do Carmo da Silva Alves, carinhosamente conhecida como Dona Duca, símbolo de resistência e sabedoria popular, abriu as portas de sua casa para mostrar o cotidiano de uma família marcada pela ligação profunda com a terra.
Uma das protagonistas da matéria foi a agrônoma Helca Lícia Silva Alves, 51 anos, filha de Dona Duca. Com mais de 15 anos de atuação em projetos de desenvolvimento rural, Helca é servidora da Companhia de Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR). Ela trouxe à reportagem o olhar técnico e, ao mesmo tempo, afetivo de quem vive e trabalha com as comunidades quilombolas, ribeirinhas e indígenas do estado.
“Quando a gente fala de terra e água, está falando de vida. Essas políticas públicas ajudaram a transformar a escassez em produção, e a invisibilidade em reconhecimento”, destacou Helca durante sua participação ao vivo no telejornal.
A reportagem do JN ressaltou a importância de programas como o Bahia Produtiva e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que ao longo dos anos ampliaram o acesso a crédito, assistência técnica e tecnologias sustentáveis. Com isso, milhares de famílias como a dos Silva-Alves conseguiram sair da subsistência para uma produção mais estruturada e comercializável.
A escolha da família Silva Alves como símbolo dessa transformação reforça o papel das mulheres no campo e a importância da valorização dos saberes tradicionais aliados ao conhecimento técnico-científico. Dona Duca e Helca representam gerações que, juntas, cultivam não apenas alimentos, mas também dignidade, identidade e futuro.
A repercussão da matéria gerou grande comoção nas redes sociais e trouxe à tona a necessidade de manter e ampliar as políticas de apoio à agricultura familiar, base da segurança alimentar do país. A Bahia, que concentra o maior número de agricultores familiares do Brasil, segue como referência nacional em desenvolvimento rural sustentável.