A ideia de ser uma esposa troféu linda, bem cuidada, sustentada por um parceiro rico e sem a obrigação de trabalhar pode parecer o ápice do sucesso feminino, um verdadeiro conto de fadas moderno. Mas, por trás da estética luxuosa e dos filtros do Instagram, pode estar escondida uma realidade perigosa, especialmente para meninas e mulheres jovens em plena formação de autoestima e identidade.
A delegada e pesquisadora em violência contra a mulher, Dra. Gabriela Garrido, alerta para os riscos dessa romantização. “A delícia, quando romantizada, vira armadilha”, afirma. O modelo da esposa troféu reforça um padrão que associa o valor da mulher à beleza, à passividade e à dependência. Uma ideia que, embora vendida como liberdade de escolha, esconde uma lógica de retrocesso disfarçada de modernidade.
A frase típica “meu marido paga tudo, não preciso fazer nada, só cuido da minha beleza” é celebrada por perfis nas redes sociais que promovem esse estilo de vida como um ideal a ser seguido. Mas como alerta A delegada Dra. Gabriela Garrido, esse padrão glamourizado ignora questões fundamentais: o que acontece quando o relacionamento termina, quando a juventude passa ou quando o “patrocinador” decide ir embora?
O problema, segundo a especialista, não é a escolha pessoal de cada mulher, mas sim a glamourização de um modelo que incentiva a dependência emocional e financeira como se fosse uma rota segura e desejável. “Vendendo a falsa ideia de que abrir mão da sua liberdade não tem consequências”, diz a delegada Dra. Gabriela Garrido.
É importante destacar que algumas dessas esposas troféus não vivem apenas do dinheiro dos maridos, elas monetizam a própria imagem, vivem de posts patrocinados, de blogs e de influência digital. A diferença é que, ao venderem essa narrativa como universal, acabam influenciando outras mulheres a seguirem o mesmo caminho sem uma rede de apoio ou plano B.
“A independência não é luxo, é uma necessidade”, defende a delegada Dra. Gabriela Garrido. “É sobre ter escolha, segurança e dignidade.” Para a delegada Dra. Gabriela Garrido, é fundamental preparar as novas gerações para não caírem em armadilhas mascaradas de sonhos. Ensinar às meninas desde cedo que o valor delas não está na aparência ou na validação masculina, mas sim na capacidade de construir a própria história, com autonomia e verdade.
A crítica não é à beleza, ao cuidado pessoal ou ao desejo de conforto, mas sim à ideia de que tudo isso deve ser alcançado às custas da própria liberdade. Como resume a delegada Dra. Gabriela Garrido “Não se deixe enganar por promessas de uma vida perfeita construída por outros. Construa sua própria história. Com liberdade. Com verdade. E, principalmente, com você no controle.”