A Páscoa de 2025 chega com sabor agridoce para o setor de chocolates. Apesar da disparada no preço do cacau e da queda na produção de ovos de chocolate, a data ainda representa um dos períodos mais lucrativos para os produtores do setor, com aumentos de faturamento que chegam a 200%.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), o preço do cacau registrou alta de 180% neste ano, impactando diretamente a produção de ovos de Páscoa. A estimativa é de que apenas 45 milhões de unidades sejam colocadas no mercado em 2025, uma redução de 22% em relação aos 58 milhões do ano passado.
Esse cenário tem pressionado os preços ao consumidor: o chocolate acumulou alta de 16,53% nos últimos 12 meses, de acordo com indicadores do setor. Mesmo assim, o apelo emocional e cultural da Páscoa mantém a força do consumo.
“Dados de Páscoa anteriores indicam uma média de faturamento entre 150% a 200% nesse período. Percebemos o aumento de consumo de outros produtos além dos tradicionais ovos de chocolate”, afirma Tuta Aquino, presidente da associação Bean to Bar, que reúne produtores artesanais de chocolate na Bahia.
Segundo Tuta Aquino, a diversificação da oferta tem sido uma estratégia eficaz para mitigar os impactos da alta do cacau. Barras premium, bombons e produtos com apelo artesanal ganham destaque nas prateleiras e agradam aos consumidores que buscam experiências mais sofisticadas ou presentes diferenciados.
A expectativa do setor é de que, mesmo com a redução no volume de ovos produzidos, o tíquete médio das vendas compense parte das perdas. “A Páscoa ainda é, sem dúvida, a melhor época do ano para os chocolateiros. O desafio em 2025 é manter a margem de lucro diante dos custos mais elevados”, conclui Tuta Aquino.
Com o feriado se aproximando, o mercado observa atentamente o comportamento do consumidor, que, mesmo diante dos preços mais altos, continua a buscar formas de celebrar a data com doces símbolos da tradição pascal.