No domingo (30), diversas cidades brasileiras foram palco de manifestações populares contra a possibilidade de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro de 2023. Os atos reuniram milhares de pessoas em defesa da democracia e pela responsabilização dos autores e mentores dos ataques aos prédios dos Três Poderes, em Brasília.
A maior concentração foi registrada na cidade de São Paulo, onde manifestantes se reuniram na Avenida Paulista e seguiram em caminhada até o antigo prédio do Destacamento de Operações de Informação do Centro de Operações de Defesa Interna , na Vila Mariana, local simbólico da repressão durante a ditadura militar. A escolha do destino reforçou a mensagem central do protesto: “Sem anistia para golpistas”.
Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os manifestantes exigiram punição exemplar não apenas aos executores da depredação ocorrida em janeiro de 2023, mas também ao núcleo político responsável pela articulação do levante antidemocrático, com destaque para o ex-presidente Jair Bolsonaro, frequentemente citado nos discursos como um dos principais incentivadores da tentativa golpista.
Os atos foram organizados por um conjunto de entidades da sociedade civil, entre elas centrais sindicais como a Central Única dos Trabalhadores e a União Geral dos Trabalhadores , além de movimentos sociais como a Frente Brasil Popular, a Frente Povo sem Medo, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
As manifestações deste domingo também tiveram como pauta a valorização do Estado Democrático de Direito e a defesa da memória histórica do país. Em várias cidades, os protestos ecoaram um sentimento de indignação diante de qualquer possibilidade de impunidade e reforçaram o clamor por justiça.
Além de São Paulo, foram registrados atos em capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Brasília, com ampla participação popular e clima pacífico.
A mobilização deste domingo marca um novo capítulo na luta contra o revisionismo histórico e o avanço de pautas autoritárias no país. Para os organizadores, a sociedade brasileira dá um recado claro: não há espaço para anistia quando a democracia é atacada.