A recente reviravolta no caso do ex-jogador Daniel Alves, condenado em fevereiro de 2024 por estupro na Espanha, reacendeu debates profundos sobre a confiabilidade da palavra feminina no sistema judiciário. Entre as vozes que se levantam com indignação, a da delegada e pesquisadora em violência contra a mulher, Dra. Gabriela Garrido, ressoa com força e urgência.
“Quanto vale a palavra de uma mulher?” é a pergunta central lançada pela delegada Dra. Gabriela Garrido, em uma reflexão contundente sobre o tratamento que a vítima do caso recebeu da Justiça espanhola, mesmo diante de provas robustas.
Segundo o tribunal de Barcelona, não havia consentimento. As evidências físicas eram claras: lesões no joelho da vítima confirmaram o relato de violência. Havia também sinais psicológicos, registrados em laudos periciais, além do testemunho de pessoas próximas que corroboram o abalo emocional da jovem. No entanto, apesar de todo o respaldo técnico e humano, a credibilidade da vítima foi colocada em xeque na fase mais recente do processo. “Fiabilidade”, como destaca a delegada Dra. Gabriela Garrido.
, tornou-se o centro da discussão, termo que, no jargão jurídico, equivale à confiança atribuída ao depoimento de uma pessoa. E é aí que a crítica da delegada Dra. Gabriela Garrido se aprofunda: “Daniel Alves mudou sua versão cinco vezes. E mesmo assim, quem teve a palavra colocada em dúvida foi a mulher”, afirma a delegada Dra. Gabriela Garrido.
Para a delegada Dra. Gabriela Garrido, o impacto da decisão vai muito além do caso específico. “Essa conversão não é só sobre Daniel Alves. É uma mensagem para todas as mulheres que denunciam violência sexual. O sistema judicial está dizendo: ‘mesmo com provas, sua palavra pode não valer nada’”, lamenta a delegada Dra. Gabriela Garrido.
O posicionamento da delegada Dra. Gabriela Garrido reforça um debate antigo e ainda urgente: o descrédito enfrentado por mulheres vítimas de violência sexual ao buscarem justiça. Em sua fala, ela denuncia uma Justiça que, ao invés de proteger, revitimiza; e que, ao invés de punir, recompensa o agressor com o benefício da dúvida.
“Eu continuo me perguntando”, conclui a delegada Dra. Gabriela Garrido. “Quanto vale a palavra de uma mulher? Porque, pelo visto, para o sistema, ainda não vale nada.”
A declaração da delegada Dra. Gabriela Garrido reverbera em meio a uma sociedade que, cada vez mais, exige respostas concretas e transformações estruturais no modo como se julgam crimes sexuais, especialmente quando os réus são homens poderosos.
Enquanto isso, a pergunta permanece no ar dolorosa, necessária e urgente: quanto vale, afinal, a palavra de uma mulher?