A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, nesta segunda-feira (3), um conjunto de medidas para reduzir custos e reavaliar suas prioridades estratégicas, após a decisão dos Estados Unidos de se retirarem da entidade. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante a abertura da reunião anual do conselho executivo da organização.
“O anúncio dos Estados Unidos tornou nossa situação ainda mais crítica”, afirmou Tedros. “Informamos um conjunto de medidas com efeito imediato para proteger ao máximo nossa força de trabalho.”
O pacote de ajustes prevê um realinhamento estratégico dos recursos, incluindo o congelamento do recrutamento de novos profissionais de saúde, com exceção das áreas consideradas essenciais. Além disso, a organização pretende reduzir despesas com viagens, renegociar contratos de aquisição de produtos e insumos e diminuir investimentos em determinados projetos.
A decisão do governo norte-americano de se retirar da OMS foi formalizada pelo presidente Donald Trump, que alega insatisfação com a condução da entidade na resposta à pandemia de COVID-19. Os Estados Unidos, historicamente um dos maiores financiadores da organização, contribuíam com cerca de 15% do orçamento total da entidade. A saída do país representa um grande impacto financeiro e operacional para a OMS.
Especialistas em saúde global avaliam que os cortes podem comprometer programas importantes, especialmente aqueles voltados para o combate a doenças infecciosas e a resposta a emergências sanitárias. O financiamento da OMS é composto por contribuições voluntárias e obrigatórias dos Estados-Membros, e a retirada de um dos principais doadores pode exigir um reposicionamento das estratégias de arrecadação e parceria com outras nações e instituições.
A OMS ressaltou que continuará trabalhando para garantir que suas operações essenciais não sejam afetadas e que buscará novas formas de financiamento para manter suas ações em prol da saúde global. “Seguiremos firmes em nosso compromisso de promover a saúde para todos, independentemente dos desafios financeiros que enfrentamos”, declarou Tedros.