Salvador pode enfrentar um Carnaval sem ônibus. Ex-funcionários do extinto Consórcio Salvador Norte (CSN) realizaram um protesto na manhã desta terça-feira, 28, na região do Terminal Rodoviário de Salvador. Eles alegam não terem recebido direitos trabalhistas, como rescisão contratual e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), e ameaçam cruzar os braços durante o período festivo caso a situação não seja resolvida.
Dezenas de trabalhadores participaram do ato, exigindo o pagamento de indenizações. “Foram quatro anos de espera. Nós, que ainda estamos na ativa, não recebemos nada até agora”, afirmou Gerson Oliveira, um dos líderes do movimento. Ele destacou a importância do apoio sindical e reforçou a gravidade da situação: “O Carnaval está se aproximando e vamos pedir ao sindicato para que oriente uma paralisação, caso não haja uma solução”.
Reação do sindicato e impasse no pagamento
O Sindicato dos Rodoviários da Bahia foi procurado para comentar a possibilidade de paralisação durante o Carnaval, mas ainda não se posicionou oficialmente sobre a interrupção dos serviços no período. Em nota, a entidade declarou apoio aos trabalhadores e cobrou celeridade no processo de venda de terrenos pertencentes ao extinto CSN, que seria a principal medida para viabilizar os pagamentos pendentes.
“Estamos ao lado dos trabalhadores para exigir agilidade na negociação dos terrenos da antiga empresa, garantindo o pagamento das indenizações àqueles que dedicaram anos de suas vidas conduzindo a população de Salvador”, diz nota divulgado pelo sindicato.
Impacto na maior festa de rua do mundo
A possibilidade de uma paralisação preocupa autoridades e foliões, pois o transporte público desempenha um papel crucial durante o Carnaval, considerado o maior evento de rua do mundo. Milhares de pessoas dependem dos ônibus para se deslocarem entre os circuitos carnavalescos e suas residências.
Caso o impasse não seja resolvido, Salvador pode enfrentar um cenário de caos logístico em pleno Carnaval, afetando turistas, moradores e a economia local. Os rodoviários, por sua vez, reiteram que a mobilização é uma forma de pressionar pela resolução de um problema que se arrasta há anos.
As negociações entre o sindicato, os trabalhadores e as autoridades responsáveis continuam. A população segue apreensiva, aguardando um desfecho que garanta a continuidade dos serviços de transporte e a garantia dos direitos trabalhistas dos rodoviários.